Jornal de Angola

Fórum económico aborda financiame­nto a projectos

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Os trabalhos do Fórum Económico Alemanha/Angola estão actualizad­os?

O fórum reúne-se regularmen­te. O próximo encontro terá lugar amanhã, dia 22, em Berlim , durante a visita do Chefe de Estado angolano à Alemanha. Vai ser um fórum muito importante. Temos a impressão de que há um interesse muito grande da parte de empresas alemãs. Este encontro vai abordar temas muito importante­s como o financiame­nto a projectos, infra-estrutura, transporte­s, etc.. Acho que os alemães se deram conta de que muitas coisas mudaram em Angola. Houve reformas muito importante­s em Angola, por isso há um grande interesse nisso. Há muitas empresas interessad­as, desde aquelas que já operam em Angola, àquelas que pretendem entrar no mercado angolano.

Em 2008, as trocas comerciais entre os dois países atingiram 800 milhões de euros, superando os 500 milhões do ano anterior (2007). Qual é o balanço que faz em relação a 2016 e 2017?

O volume de negócios baixou um pouco por conta da crise económica. Actualment­e, o volume das trocas comerciais é de cerca de 300 milhões de euros, registado no ano passado, mas com o desenvolvi­mento positivo da economia angolana este número vai crescer outra vez, porque há um grande interesse de empresas alemães no mercado angolano, sobretudo depois das reformas que o governo angolano está a fazer.

Se tivesse de aconselhar uma empresa que pretende investir em Angola, quê sector indicaria?

Agricultur­a, porque Angola tem uma grande história na produção agrícola. Foi um grande exportador mundial de café. Além disso, indicaria os sectores de infra-estruturas, mobilidade e energia, sobretudo a energia solar.

Os dois países têm um acordo de cooperação bilateral no domínio da Defesa. O que é que a Alemanha pode oferecer no domínio da Defesa?

Alemanha tem muito interesse em cooperar com Angola no sector da Defesa. Temos alguns projectos em curso, como o do ensino da Língua Alemã, para jovens das Forças Armadas Angolanas que são enviados à Alemanha, para participar­em numa formação. É importante para o intercâmbi­o entre militares dos dois países. Além disso, organizamo­s regularmen­te viagens informativ­as. Este ano, uma equipa de militares angolanos vai visitar a Alemanha, para conhecer o sistema da infra-estrutura militar, e uma equipa de militares alemães fará o mesmo a Angola, para saber como funciona o sector da saúde militar. No futuro, pode ser possível também cooperar na área de fornecimen­to de equipament­os militares.

O Presidente João Lourenço chegou a visitar, em Rostock, o comando naval, em Bremen, uma empresa de construção de navios, e em Munique, a Airbus Defense and Space, líder europeia da indústria aeroespaci­al e de Defesa. Saiu daí algo em concreto?

Há um interesse geral manifestad­o nos equipament­os militares alemães. Na visita que o Presidente João Lourenço fez a estas regiões não houve negociaçõe­s concretas. Talvez no futuro possa haver. A visita revelou apenas a manifestaç­ão de um interesse geral.

Durante a visita a Angola da Chanceler Angela Merkel, em 2011, os dois países subscrever­am a Declaração Comum de Intenções para o aprofundam­ento do diálogo bilateral. Hoje, sete anos depois, é possível afirmar que tudo aquilo que se projectou está a ser materializ­ado?

Os acordos assinados desde então provam isso. Tivemos progressos muito bons. Temos tido também, no âmbito desta parceria abrangente, reuniões de comissão

“O volume de negócios baixou um pouco por conta da crise económica. Actualment­e, o volume das trocas comerciais é de cerca de 300 milhões de euros, mas este número vai crescer”

bilaterais. Até agora, já tivemos duas reuniões da comissão bilateral. Está prevista mais uma reunião para os próximos tempos. O balanço, desde a assinatura deste acordo, é bastante positivo.

Qual é o lugar de Angola na lista de países africanos com os quais a Alemanha tem trocas comerciais?

Apesar da queda do volume das trocas comerciais, Angola ainda faz parte das dez economias na África sub-sahariana com as quais a República Federal da Alemanha tem o maior volume de negócios. Então, apesar da crise económica, Angola continua a ser um parceiro comercial importante para a Alemanha. Entre as dez economias, Angola já foi a número três, agora está em sexto lugar. A primeira economia é a África do Sul, a segundo a Nigéria, a terceira a Etiópia, a quarta o Quénia e a quinta o Ghana. Nas trocas comerciais com Angola, Alemanha importa petróleo e matérias-primas, e exporta equipament­os, como máquinas, engenharia, etc..

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