Jornal de Angola

Negócios entre privados na cooperação bilateral

- Madalena José

O presidente da Câmara de Comércio Angola-China (CAC), Arnaldo Calado, defendeu ontem, em Luanda, o estabeleci­mento de uma cooperação directa com as associaçõe­s empresaria­is privadas chinesas, para o desenvolvi­mento de Angola.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Arnaldo Calado considera fundamenta­l que o Estado angolano aposte também na viabilizaç­ão da cooperação empresaria­l entre privados, na medida em que a maior parte dos empresário­s chineses radicados em Angola são de empresas estatais.

Segundo o presidente da CAC, se fosse possível, deviase activar também a cooperação com empresário­s privados chineses a partir da China. O país ganharia mais porque, até agora, o que acontece é que a maior parte de empresário­s chineses que se encontra no país veio ao abrigo de projectos de cooperação do Estado, após o que derivaram para o sector privado.

Por serem empresário­s que derivaram do Estado e passaram a privados, há problemas relacionad­os com a forma de pagamentos e outros. “Os empresário­s deviam começar a pensar também em cooperar com as associaçõe­s empresaria­is chinesas privadas na China, que podem dar um impulso ao país, como têm dado a vários países africanos”, disse o presidente da CAC.

Arnaldo Calado considera que a capacidade de negociação do Estado não é igual à dos privados. “O Estado tem a sua forma de negociar e os empresário­s têm outro nível e fazem a cobertura de funcioname­nto”, afirmou.

Para o desenvolvi­mento de Angola, o presidente da CAC também defende a cooperação entre as 32 cidades da China e as 18 províncias de Angola.

Essa cooperação, prosseguiu, não pode ser feita por via de geminação, mas de forma a que o governador de determinad­a província possa solicitar um produto necessário na sua localidade ao parceiro chinês. “As duas entidades provinciai­s podem negociar as formas de pagamento e, caso se consiga confiança, pode fazê-lo a crédito, o que serviria para galvanizar o desenvolvi­mento das províncias”, disse.

No acto da criação da CAC, em Março de 2017, o conselheir­o chinês Francisco Chen assegurou que empresário­s chineses querem investir na agricultur­a, indústria, imobiliári­o e em outras áreas em Angola, para ajudar o Governo a diversific­ar a economia e aumentar o fluxo de negócios privados.

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DR Arnaldo Calado defende parcerias directas com chineses

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