Programa do FMI tem apoio de economistas
Carlos Rosado diz que Angola perdeu tempo, há dois anos, quando não quis abraçar o programa do FMI
Os economistas angolanos Carlos Rosado de Carvalho e Laurinda Hoygaard afirmaram ontem, em Luanda, ser boa a decisão do Governo de aplicar o programa de financiamento d o Fundo Monetário Internacional.
O economista Carlos Rosado afirmou ontem, em Luanda, ser boa a decisão do Governo angolano de aplicar o Programa Ampliado de Financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) num “Instrumento de Coordenação de Políticas (PCI).
O Governo angolano acabou por solicitar o financiamento, cujas negociações devem ter lugar em Outubro próximo, em Luanda, no quadro do Programa de Financiamento Ampliado (EFF - Extended Fund Facility) de dois anos, que pode ser estendido em mais um ano, caso se mostre necessário.
Em declarações ao JornaldeAngola, Carlos Rosado disse que Angola perdeu tempo, há dois anos, quando não quis abraçar o programa do FMI. “Agora recuou da sua decisão e faz muito bem em se sujeitar às condições da instituição financeira internacional”, comentou, ao sublinhar que “Angola já estava no ‘eurobonds’ a pagar uma taxa de 9,00 por cento e creio que, recorrendo ao FMI, os juros serão mais baixos.”
Carlos Rosado lembra que o processo é idêntico ao que recentemente foi utilizado em Portugal. “Com o valor de 4,5 mil milhões de dólares, embora não se saiba qual é o programa do Governo e para que áreas a incidir o financiamento do FMI, é bem-vindo não só para o Governo, como também para os investidores nacionais, que já podem contar com empréstimos financeiros do banco central.”
Para o economista, “é uma forma também de dar seguimento ao compromisso das reformas lançadas pelo Presidente de Angola e trará credibilidade internacional ao país.”
No comunicado divulgado segundafeira pelo Ministério das Finanças, o FMI considerou que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real para 2018 se revela “mais moderada do que a esperada”, reflectindo uma redução acentuada da produção de petróleo e gás, pelo que se espera um “impacto negativo” nas contas fiscais e externas e um aumento do défice da conta corrente.
O comunicado é fruto de uma missão que o corpo técnico do FMI efectuou a Angola, entre 1 e 14 deste mês, para analisar a recente evolução económica e avaliar as perspectivas económicas e financeiras. A missão do FMI, coordenada pelo economista francês , Mario Zamaroczy, conclui que “continuam adequadas” as políticas e as reformas de estabilização macroeconómica que estão a ser aplicadas pelo Executivo, com vista à promoção do crescimento económico e da diversificação da actividade económica.
Reformas do FMI melhoram economia
As reformas e as políticas de estabilização macroeconómica apontadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que estão a ser aplicadas pelo Governo, são, na visão da economista Laurinda Hoygaard, uma boa iniciativa para desenvolver a economia angolana.
Laurinda Hoygaard lembrou que Angola já beneficiou de cooperações financeiras e técnicas prestadas pelo FMI, que têm garantido ao país melhorias significativas para a estabilidade económica e social. Para a economista, com o apoio do corpo técnico da instituição financeira internacional Angola vai elevar os níveis de receitas para o PIB (produto interno bruto).
Na sua opinião, o apoio às políticas e reformas económicas definidas no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022 vão ser gizados de forma transparente. “A actuação de Angola demonstra, de forma clara, o interesse em garantir a transparência e ética no seu funcionamento e na aplicação das suas acções”, disse.
O FMI considerou que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto real para 2018 se revela “mais moderada do que a esperada”, reflectindo uma redução acentuada da produção de petróleo e gás