Países podem já recorrer ao banco do BRICS
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituição financeira criada pelo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), está agora disponível para financiar países não membros, assumindo-se como uma fonte de financiamento de projectos público-privados.
O assunto foi abordado durante a mais recente cimeira do BRICS, em Joanesburgo, que contou com a presença dos presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi, dois países que procuram diversificar o seu acesso às fontes de financiamento para projectos de investimento.
Luwellyn Landers, viceministro sul-africano das Relações Internacionais e Cooperação, afirmou que o Novo Banco de Desenvolvimento está disponível para financiar todos os países, incluindo os não membros do BRICS e, para tal, pode apoiar parcerias público-privadas, por meio de empréstimos, garantias, participações accionistas e outros instrumentos financeiros.
O vice-ministro sul-africano das Relações Internacionais e Cooperação notou que o departamento africano do NBD deve avaliar os projectos do continente. A África do Sul preside ao BRICS em 2018.
Na cimeira de Joanesburgo, o Novo Banco de Desenvolvimento aprovou dois projectos, um para a África do Sul e outro para a China, ambos com empréstimos no valor agregado de 600 milhões de dólares, além de ter reunido com o Conselho Empresarial do BRICS.
O NDB deve fazer um empréstimo de 300 milhões de dólares ao Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA - Development Bank of Southern Africa), sem garantia soberana, para um projecto de redução de emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento do sector energético, e outro empréstimo de igual montante para um projecto na China, de construção do metro de Luoyang.
Com a aprovação dos dois novos projectos, o portfólio de empréstimos do banco subiu para 23 projectos, no valor agregado de 5,7 mil milhões de dólares, grande parte para financiamento de energia e infra-estruturas.
Segundo o presidente do NDB, K.V. Kamath, até ao final deste ano as anuências totais devem atingir cerca de 7,5 mil milhões de dólares. “A nossa orientação é a de financiar infra-estrutura convencional, bem como utilizar tecnologias transformadoras ao serviço do desenvolvimento. Além do conjunto tradicional de produtos de concessão de crédito, começaremos a oferecer produtos financeiros não relacionados a financiamentos.”