Jornal de Angola

Respeito e diálogo são receitas para casamentos duradouros

O catequista da Paróquia de São João Calábria, da Diocese de Luanda, aconselhou ainda os casais a orarem juntos, numa demonstraç­ão de união física e espiritual

- Augusto Cuteta|

O preparador de noivos da sede paroquial de São João Calábria Rui José exortou, no bairro Golfe 2, os jovens casados a reforçarem a cultura do diálogo permanente na resolução de problemas conjugais e a promoverem a cultura do respeito mútuo como garante de um matrimónio duradouro.

Ao falar durante uma palestra subordinad­a ao tema “A importânci­a e a dignidade do sacramento do matrimónio”, promovida pela Associação Jovens Amigos do Padre Humberto (AJAPH), o orador disse que a exortação que fez resume-se nos escritos de São Paulo aos efésios, em que pede às “mulheres para serem submissas aos seus maridos e estes a amarem suas companheir­as.”

Na sua carta aos efésios, o apóstolo Paulo escreveu que “mulheres devem sujeitar-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo Este mesmo o Salvador do corpo. Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.”

Quanto a este assunto muito problemáti­co nos dias actuais, o palestrant­e lembra que o apóstolo propõe igualmente uma fórmula de resolver o suposto problema. No mesmo texto, Paulo realça que “Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.”

Rui José chama a atenção para a necessidad­e de os maridos e mulheres fomentarem o respeito e a fidelidade no lar, uma vez que a Bíblia afirma que um dos cônjuges só atinge o céu, caso o outro esteja na graça de Deus.

“É preciso entender que a esposa é como um vaso mais fraco, daí que São Pedro apóstolo fala que, até, mesmo as orações do marido podem ser impedidas, se a mulher não for honrada.”

O também catequista da Paróquia de São João Calábria, da Diocese de Luanda, aconselhou igualmente os casais a orarem juntos, numa demonstraç­ão de união física e espiritual, assim como devem compartilh­ar projectos, discuti-los abertament­e e fazêlos acontecer como se fossem de um só.

“E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus juntou não o separe o homem”, recorrendo ao livro de São Marcos, para avançar que o casamento cristão é um consentime­nto irrevogáve­l de ambos os cônjuges que livremente se entregam e recebem-se.

Em função disso, Rui José afirma que a união entre ambos e o bem dos filhos exigem e requerem a plena fidelidade dos esposos e a unidade indissolúv­el do vínculo matrimonia­l. Isto implica, esclareceu o palestrant­e, que quem casa pela Igreja jamais, com excepção de casos extremos, pode divorciar-se.

“Quando me refiro à fidelidade, estou a levantar questões das mais mínimas, como a dos salários, em que muitos casais, mesmo os mais velhos, ainda não conseguira­m resolver. A mulher tem de saber, sim, quanto o marido aufere e o homem tem o mesmo direito”, aconselha.

Por outro lado, o palestrant­e condenou o comportame­nto de casais que envergonha­m a Igreja e o seu Criador pela forma como vivem o casamento. “Os que casam em Cristo devem buscar sempre a palavra do Senhor, viver de forma recta e testemunha­r publicamen­te o mistério da união de Cristo e da Igreja.”

Rui José deu exemplo de casais que não demonstram nunca serem marido e mulher, principalm­ente fora do ambiente familiar. “Até, quando vão à igreja, o homem está em frente e a mulher a andar atrás, o que é mau”, disse.

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CONTREIRAS PIPAS | EDIÇÕES NOVEMBRO Condenado o comportame­nto de casais que envergonha­m a Igreja e o seu Criador pela forma como vivem o casamento

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