A Cruz Vermelha de Angola
A prestação de socorro e assistência às pessoas vítimas de guerras e de catástrofes naturais tais como terramotos, cheias, pestes, etc., constitui atribuição de numerosas entidades nas sociedades modernas entre elas a Cruz Vermelha.
Durante vários anos, a Cruz Vermelha de Angola (CVA) desempenhou um papel importante atendendo a situação por que passou o país, razão pela qual toda a sociedade olha hoje com saudade e sentido de urgência para resgatar parte desse passado. Parece ser sob este signo que decorreram ontem as eleições para a escolha de uma nova direcção, na sequência da IV assembleia geral da CVA, cuja abertura foi presidida pelo Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, em representação do Chefe de Estado, João Lourenço.
A presença da segunda figura da hierarquia do Estado angolano, além de espelhar o compromisso e empenho das autoridades ao mais alto nível, representa igualmente um momento de mudança e esperança para com tão importante entidade, a CVA.
Fazemos todos das palavras do Vice-Presidente, quando na primeira pessoa disse que "formulo votos de êxitos à futura direcção da Cruz Vermelha de Angola e aos representantes desta associação ao nível das províncias e dos municípios", as nossas expectativas e as nossas aspirações.
Na verdade, esperamos que a CVA recupere o activismo e desempenho que teve no período que se seguiu ao da proclamação da Independência Nacional quando esta importante organização tinha uma palavra a dizer em numerosas iniciativas.
Vale lembrar que na década de 80 havia uma rede de dadores de sangue, controlada pela CVA, e que contribuía decisivamente para que as instituições hospitalares não enfrentassem o problema actual da escassez de sangue. Acreditamos que, tal como prometido pelas candidaturas, que convergiram todas na ideia da reorganização da CVA para corresponder aos anseios e aspirações actuais, a instituição vai prestar um serviço mais consentâneo com as necessidades do país.
Da parte do Executivo, não há qualquer dúvida de que o papel transformador da CVA pode sempre contar com a sua ajuda, numa altura em que o Estado conta igualmente com a organização humanitária para a implementação de numerosos projectos sociais. A organização precisa de ser revitalizada, precisa de enfatizar sobretudo a relação solidária com o próximo e partir para acções que dignifiquem a todos nós. Com a nova direcção da CVA, eleita sob um programa que mereceu a escolha dos presentes na sua IV assembleia geral, parecem estar reunidas as condições para resgatar o seu papel na sociedade angolana. Com a organização humanitária implantada em todo o país e a operar nos moldes em que todos desejamos, Angola vai ser mais forte.