Jornal de Angola

Partido PRS em dúvida sobre eleições legislativ­as

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O Partido da Renovação Social (PRS), segunda força política no Parlamento guineense, manifestou “sérias dúvidas” quanto à realização de eleições legislativ­as a 18 de Novembro e acusou o primeiro-ministro de “distracção e incompetên­cia.”

Numa conferênci­a de imprensa, Orlando Viegas, vice-presidente do PRS, considerou que o Decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz, “corre sérios riscos de não ser cumprido” já que o primeiro-ministro, Aristides Gomes, afirmou que a data do início do recenseame­nto eleitoral “é indicativa.”

O recenseame­nto eleitoral arrancou oficialmen­te quintafeir­a, para decorrer até 23 de Setembro mas, de acordo com Aristides Gomes, os potenciais eleitores ainda não estão a ser recenseado­s por dificuldad­es na distribuiç­ão dos “kits” de recenseame­nto.

No comunicado, lido por Victor Pereira, o PRS considera que o Governo tinha “tempo mais que suficiente” para preparar todos os actos prévios para que as eleições pudessem ter lugar a 18 de Novembro. Mas, adiantou Pereira, tendo em conta “a forma atrapalhad­a” como o Governo marcou a data do recenseame­nto, tudo leva a crer que já não terá lugar na data marcada, tudo por causa de “distracção, incompetên­cia e joguinhos políticos.”

Em vez de realizar acções, dada a exiguidade do tempo disponível, o PRS acusa o primeiro-ministro de ter preferido destruir tudo o que já tinha sido feito pelo anterior Executivo, nomeadamen­te os trabalhos da cartografi­a eleitoral. O partido liderado por Alberto Nambeia acusa ainda o primeiro-ministro de ter enveredado por “joguinhos políticos obscuros” ao preferir gerir o processo eleitoral à margem da lei e da opinião pública, disse Victor Pereira.

No documento lido na conferênci­a de imprensa, o também ministro da Comunicaçã­o Social disse que os actuais órgãos de administra­ção eleitoral “passaram a prestar vassalagem” aos seus superiores hierárquic­os. Para o PRS, “toda a trapalhada potenciado­ra de conflitos” chegou a tal ponto, por ter sido permitido pelo primeiromi­nistro, Aristides Gomes. O partido negou quaisquer responsabi­lidades pelo atraso no cumpriment­o de prazos eleitorais, conforme pretende fazer crer o primeiromi­nistro, assinalou ainda Victor Pereira, salientand­o que o PRS “apenas defende a legalidade.”

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DR Guineenses começaram o recenseame­nto para as eleições

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