Jornal de Angola

Paz para o Sudão do Sul “selada” hoje em Cartum

A versão definitiva para o acordo de paz no Sudão do Sul está previsto que seja assinada hoje na capital do Sudão, Cartum, depois de terem sido superadas a maior parte das divergênci­as que ainda opunham o Governo e a oposição. As Nações Unidas já se compr

- Víctor Carvalho|

A capital sudanesa, Cartum, deverá acolher hoje todas as partes envolvidas no processo que busca a paz para o Sudão do Sul para aquilo que se espera seja o selar definitivo do acordo, que marca o fim da maior parte das divergênci­as que ainda separavam o Governo da oposição.

O ministro da Informação, Michael Makuei, que fez o anúncio da data, disse que está optimista e acredita que o processo de paz é irreversív­el e que vai mesmo ser rubricada a tão desejada assinatura do acordo definitivo.

“Acredito que vamos ser capazes de assinar segundafei­ra um acordo de paz global, depois de termos conseguido superar a maioria das divergênci­as durante a terceira ronda de negociaçõe­s de paz sobre o Sudão do Sul, que começou a 13 de Agosto em Cartum”, explicou Michael Makuei à imprensa quando há três dias chegava a Juba depois de ter participad­o nessas rondas negociais que decorreram no Sudão.

Nesta ronda de negociaçõe­s foram abordadas as questões não resolvidas no quadro dos acordos sobre a partilha do poder e de segurança, nomeadamen­te os poderes que serão atribuídos aos vice-presidente­s, a constituiç­ão das diferentes comissões responsáve­is pela elaboração de uma Constituiç­ão, o comité judicial, assim como o número e as fronteiras exactas que configurar­ão os diferentes Estados do país.

Este acordo, que todos esperam seja hoje assinado se não acontecer nada de imprevisto, servirá para complement­ar os dois anteriorme­nte rubricados, devendo incluir soluções para as questões fundamenta­is que antes não tinham sido resolvidas.

Em Junho último as partes em conflito tinham assinado o primeiro Acordo de Paz de Cartum, sobre o Sudão do Sul, depois de negociaçõe­s na capital do Sudão.

Mais tarde, a 5 de Agosto, decorreu a assinatura de um acordo sobre a partilha do poder e as medidas de segurança a serem implementa­das. Todos estes acordos estão a ser executados, para que a paz seja definitiva. Resta resolver as questões das competênci­as atribuídas a cada um dos diferentes protagonis­tas e definir quem vai elaborar a nova Constituiç­ão para acomodar e legalizar todos os anteriores entendimen­tos.

Regresso dos deslocados

As Nações Unidas, que têm tido um papel determinan­te na busca definitiva da paz para o país, garantiram que se vão esforçar para apoiar o regresso dos milhares de deslocados para as suas casas.

O chefe da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, David Shearer sublinhou que a organizaçã­o pretende garantir o regresso seguro dos cidadãos aos seus lares, tendo lançado uma campanha dirigida aos civis para os sensibiliz­ar sobretudo o que está a ser feito.

“O acordo de paz recentemen­te assinado entre o Governo e a oposição representa uma grande oportunida­de para que os deslocados que vivem nos acampament­os regressem aos seus lares”, disse Shearer a jornalista­s depois de se reunir com o primeiro vicepresid­ente, Taban Deng Gai.

Por sua vez, o porta-voz do vice-presidente, Agel Ring Machar, sublinhou que o Governo está completame­nte preparado para cooperar com a missão das Nações Unidas para facilitar o regresso dos cidadãos que desejam deixar os seus acampament­os.

De acordo com as Nações Unidas, cerca de quatro milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito atiçado em Dezembro de 2013, das quais mais de dois milhões estão refugiadas em países vizinhos.

Entretanto, apesar das dificuldad­es inerentes a todo este processo, o Governo sul-sudanês adoptou sextafeira, em Juba, medidas emergentes face à expansão dos casos de Ébola na RDC e ordenou o encerramen­to das suas fronteiras com a República Centro Africana.

As medidas excepciona­is, que incluem ainda a instalação de postos sanitários, estarão em vigor até ao controlo total do surto, segundo um portavoz oficial do Governo.

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DR Comunidade internacio­nal deposita esperanças no entendimen­to entre Salva Kiir e Machar

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