Paz para o Sudão do Sul “selada” hoje em Cartum
A versão definitiva para o acordo de paz no Sudão do Sul está previsto que seja assinada hoje na capital do Sudão, Cartum, depois de terem sido superadas a maior parte das divergências que ainda opunham o Governo e a oposição. As Nações Unidas já se compr
A capital sudanesa, Cartum, deverá acolher hoje todas as partes envolvidas no processo que busca a paz para o Sudão do Sul para aquilo que se espera seja o selar definitivo do acordo, que marca o fim da maior parte das divergências que ainda separavam o Governo da oposição.
O ministro da Informação, Michael Makuei, que fez o anúncio da data, disse que está optimista e acredita que o processo de paz é irreversível e que vai mesmo ser rubricada a tão desejada assinatura do acordo definitivo.
“Acredito que vamos ser capazes de assinar segundafeira um acordo de paz global, depois de termos conseguido superar a maioria das divergências durante a terceira ronda de negociações de paz sobre o Sudão do Sul, que começou a 13 de Agosto em Cartum”, explicou Michael Makuei à imprensa quando há três dias chegava a Juba depois de ter participado nessas rondas negociais que decorreram no Sudão.
Nesta ronda de negociações foram abordadas as questões não resolvidas no quadro dos acordos sobre a partilha do poder e de segurança, nomeadamente os poderes que serão atribuídos aos vice-presidentes, a constituição das diferentes comissões responsáveis pela elaboração de uma Constituição, o comité judicial, assim como o número e as fronteiras exactas que configurarão os diferentes Estados do país.
Este acordo, que todos esperam seja hoje assinado se não acontecer nada de imprevisto, servirá para complementar os dois anteriormente rubricados, devendo incluir soluções para as questões fundamentais que antes não tinham sido resolvidas.
Em Junho último as partes em conflito tinham assinado o primeiro Acordo de Paz de Cartum, sobre o Sudão do Sul, depois de negociações na capital do Sudão.
Mais tarde, a 5 de Agosto, decorreu a assinatura de um acordo sobre a partilha do poder e as medidas de segurança a serem implementadas. Todos estes acordos estão a ser executados, para que a paz seja definitiva. Resta resolver as questões das competências atribuídas a cada um dos diferentes protagonistas e definir quem vai elaborar a nova Constituição para acomodar e legalizar todos os anteriores entendimentos.
Regresso dos deslocados
As Nações Unidas, que têm tido um papel determinante na busca definitiva da paz para o país, garantiram que se vão esforçar para apoiar o regresso dos milhares de deslocados para as suas casas.
O chefe da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, David Shearer sublinhou que a organização pretende garantir o regresso seguro dos cidadãos aos seus lares, tendo lançado uma campanha dirigida aos civis para os sensibilizar sobretudo o que está a ser feito.
“O acordo de paz recentemente assinado entre o Governo e a oposição representa uma grande oportunidade para que os deslocados que vivem nos acampamentos regressem aos seus lares”, disse Shearer a jornalistas depois de se reunir com o primeiro vicepresidente, Taban Deng Gai.
Por sua vez, o porta-voz do vice-presidente, Agel Ring Machar, sublinhou que o Governo está completamente preparado para cooperar com a missão das Nações Unidas para facilitar o regresso dos cidadãos que desejam deixar os seus acampamentos.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de quatro milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito atiçado em Dezembro de 2013, das quais mais de dois milhões estão refugiadas em países vizinhos.
Entretanto, apesar das dificuldades inerentes a todo este processo, o Governo sul-sudanês adoptou sextafeira, em Juba, medidas emergentes face à expansão dos casos de Ébola na RDC e ordenou o encerramento das suas fronteiras com a República Centro Africana.
As medidas excepcionais, que incluem ainda a instalação de postos sanitários, estarão em vigor até ao controlo total do surto, segundo um portavoz oficial do Governo.