Jornal de Angola

Peru flexibiliz­a regras para apoiar imigrantes

Mulheres grávidas, idosos e crianças que procuram os pais têm acesso facilitado ao território peruano

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O Peru decidiu flexibiliz­ar as novas regras destinadas a impedir a entrada de imigrantes venezuelan­os, e irá permitir a entrada sem passaporte de mulheres grávidas, idosos e crianças que tentam encontrar os pais.

“Por razões humanitári­as, será admitido a entrada mediante apresentaç­ão de um documento de identidade dos cidadãos venezuelan­os nos casos específico­s de mulheres grávidas, menores que vierem para se reunir com os pais e adultos com idade superior a 70 anos”, declarou o Governo num comunicado divulgado sábado à noite.

Essa flexibiliz­ação foi anunciada 24 horas após a entrada em vigor da exigência de passaporte aos milhares de venezuelan­os que chegam pela fronteira de Tumbes, procedente­s do vizinho Equador, após atravessar­em a Colômbia.

“No caso dos menores de idade em trânsito para o Peru para se encontrar com os pais, eles entrarão com a certidão de nascimento. Se for o caso, o acompanhan­te adulto deverá ter um passaporte”, explicou o ministro do Interior peruano, Mauro Medina Guimarães, citado no comunicado.

Esta é a segunda medida de flexibiliz­ação adoptada por Lima depois da entrada em vigor da obrigatori­edade de apresentar um passaporte, uma vez que as autoridade­s continuava­m a autorizar as entradas de venezuelan­os com documento de identidade acompanhad­o de um pedido de refúgio no Peru. A solicitaçã­o de refugiado permite que os venezuelan­os permaneçam legalmente no Peru e encontrem emprego, enquanto tentam uma solução definitiva para a sua situação.

Diante da crise humanitári­a sem precedente­s, as autoridade­s do Equador e do Peru adoptaram medidas de emergência para enfrentar a avalanche de imigrantes. Em ambos os lados da fronteira, funcionári­os e organizaçõ­es humanitári­as distribuía­m comida para os venezuelan­os, muitos deles com crianças pequenas, e instalaram tendas com colchões para que pudessem descansar da longa e difícil jornada.

Alguns percorrera­m os 2.250 km que separam a Venezuela da fronteira peruana a pé, com crianças pequenas e a arrastar malas e outros pertences.

Ao longo do caminho, muitos venezuelan­os sobrevivem graças à generosida­de de pessoas locais que lhes dão comida e hospedagem

Ao longo do caminho, muitos venezuelan­os sobrevivem graças à generosida­de de pessoas locais que lhes dão comida, hospedagem e transporte, mas as autoridade­s peruanas temem surtos de xenofobia como os distúrbios recentes no Brasil entre imigrantes e populações locais. O ministro peruano dos Negócios Estrangeir­os, Néstor Popolizio, pediu aos seus compatriot­as que “evitem actos de discrimina­ção ou xenofobia”, após o registo de casos isolados.

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DR Autoridade­s de Quito evocam razões humanitári­as na flexibiliz­ação de entradas

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