CARTAS DOS LEITORES
O nosso basquetebol
O nosso basquetebol parece estar viver dias que não lembram a ninguém e provavelmente nada têm a ver com o basquetebol. Outras modalidades seguramente terão vivido situações mais ou menos semelhantes às actualmente vividas pela bola ao cesto.
Há dias, um amigo, em brincadeira, disse que o “basquetebol angolano está a ser futebolizado”, numa alusão aos problemas que a modalidade da bola ao cesto vive. Com despedimentos de técnicos, praticamente em hasta pública, como parece ter ocorrido com o seleccionador nacional de sub 18, Manuel Silva “Gi”.
Mal se conhece o treinador da selecção sénior que, ao que se diz, veio para trabalhar, mas que nada garante que o mesmo não volte tão cedo para o seu país ou de onde terá vindo, com mais desculpas apenas para recorrer ao “tele-treinamento”.
Espero que as instituições do Estado disponibilizem as verbas necessárias para que a selecção, a vários níveis, possa representar com dignidade o país de todos nós.
Retoma das aulas
Vão iniciar-se as aulas no ensino primário e secundário, depois de quinze de férias. Escrevo para este espaço com intuito de alertar para o facto de alunos e mesmo professores não se apresentarem às aulas logo no inicio das aulas. Não percebo por que razão os alunos e professores não se apresentam nas suas escolas em massa nos primeiros dias de aulas. Há alunos e professores que só vão à escolas, uma semana depois de terminadas as férias relativas à pausa escolar. Pensoqueénecessárioquesetomem medidas para que se acabe com este mau hábito. Se queremos qualidade no ensino, não podemos condescender com práticas negativas. Deve haver rigor no cumprimento dos programas escolares e assiduidadeporpartedosprofessores e alunos. Sem rigor e disciplina não vamos a lado nenhum.É preciso que as entidades competentes estabeleçam regras rigorosas para que todos cumpram com o seu papel nas nossas escolas.
O Congo Democrático
Soube que a Comissão Eleitoral Nacional Independente do Congo Democrático rejeitou a candidatura às eleições presidenciais de JeanPierre Bemba, que tem, ao que tudo indica, fortes possibilidades de ganhar o pleito eleitoral previsto para 23 de Dezembro deste ano. Espero que as autoridades judiciais atendam aos argumentos dos advogados de Pierre Bemba para que o processo eleitoral não esteja já marcado por ilegalidades. O tribunal que vai julgar o recurso que será certamente interposto pelos advogados de Pierre Bemba não seja servo do poder executivo. Os juízes que julgarem e decidirem sobre o recurso que pede a impugnação da decisão da Comissão Nacional Eleitoral da RDC que invalida a candidatura de Pierre Bemba às eleições presidenciais aja com total independência e imparcialidade. Os olhos da comunidade internacional estão postos no Congo Democrático. O êxito do processo eleitoral neste país é importante para a estabilidade da região. Que os políticos que se encontram no poder na RDC não tenham a tentação de cometer ilegalidades, durante o processo eleitoral, no interesse da harmonia e paz num país que tem tudo para ser um gigante económico em África. Eu admiro o Congo Democrático pelos recursos humanos que tem , muitosdelesde elevadacompetência. Espero que, depois das eleições, seja qual for o vencedor, o Estado da RDC possa tirar partido das suas grandes potencialidades. Os nossos irmãos do Congo Democrático podem mostrar ao mundo que no seu país não existe só música e dança. Há muito mais.