Abaixo as sarjetas

Num dos mais recentes periscópios, ao referirmos os arranjos que estão a ser feitos em vias públicas de algumas zonas de Luanda, desejámos que os trabalhos fossem realizados com rigor para evitar remendos futuros, tão frequentes em Luanda.

As cautelas que alvitrámos tinham razão de ser, mas não valeram de nada, a não ser para confirmarem nossos receios, como comprova o “trabalho” no troço na Rua Amílcar Cabral que vai da esquina que faz com a da Missão até à da Rainha Ginga. Distância tão curta e tanto disparate! Porventura, no frenesi de apresentar rapidamente - a que se fica a dever tanta pressa repentina?... - obra que há muito devia ter sido feita, colocou-se asfalto novo, reparam-se passeios e, em vez de se desentulharem sarjetas para evitar os habituais caudais de água a inundar a Baixa da capital, ou construir outras, fizeram-nas desaparecer, taparam-nas! Assim, pronto, já não entopem e deixa de haver razões para protestos por as não limparem. “Para grandes males, grandes remédios”, deve ter concluído, em conversa com os próprios botões, após cansativa reflexão, o autor de genial ideia.

O resultado deste e de outros erros há-de o luandense sentir quando as chuvas chegarem. Que o Cacimbo, mesmo solidário com quem tem de fazer obras, há-de recolher aos seus domínios.