Jornal de Angola

Podemos-JA denuncia tratamento inadequado

- Garrido Fragoso

A comissão instalador­a do Podemos-JA (Juntos por Angola), formação política que pretende ser inscrita pelo Tribunal Constituci­onal como partido, esclareceu ontem, em Luanda, que "não é parte integrante do conflito político" que opõe os partidos coligados à CASA-CE ao seu presidente Abel Chivukuvuk­u.

Numa conferênci­a de imprensa, o coordenado­r da comissão directiva, Xavier Jaime, afirmou estarem a ser vítimas de “uma grosseira injustiça” por parte do Tribunal Constituci­onal, que alega no seu Acórdão 494|2018 a existência na comissão de membros com dupla filiação partidária, proibida pela Lei dos Partidos Políticos.

Xavier Jaime lamentou também o facto de o Tribunal Constituci­onal, no seu acórdão, considerar que a formação política está a ser criada dentro da CASA-CE e com fundos desta coligação.

“Essas afirmações constantes no acórdão suscitam à comissão instalador­a e aos seus membros bastante preocupaçã­o e apreensão, pois parecem propositad­as e inusitadas”, lê-se num documento que a comissão endereçou esta segunda-feira ao juiz conselheir­o presidente do Tribunal Constituci­onal.

No final da conferênci­a de imprensa, no comunicado distribuíd­o aos jornalista­s, os membros da comissão instalador­a do Podemos-JA insistem que os seus membros não estão filiados em nenhum dos partidos políticos coligados à CASA-CE.

Américo Chivukuvuk­u, coodenador da comissão instalador­a, esclareceu que a mesma cumpriu com todas as exigências legais para a sua inscrição como partido no Tribunal Constituci­onal, estando a aguardar a "merecida anotação."

O político lembrou que a Lei dos Partidos Políticos estabelece que a filiação num partido político é livre, não podendo ninguém ser obrigado a ingressar num partido ou a nele permanecer.

A comissão instalador­a do Podemos-JA foi credenciad­a pelo Tribunal Constituci­onal a 1 de Março deste ano e já procedeu à entrega de 14.828 declaraçõe­s de aceitação de cidadãos devidament­e identifica­dos.Os responsáve­is da comissão dizem ser um projecto de abrangênci­a nacional, com representa­ntes em todo o país. Por isso, consideram “lógico e natural” que o mesmo tenha granjeado simpatia de milhares de cidadãos .

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MARIA AUGUSTA /EDIÇÕES NOVEMBRO Coordenado­r Xavier Jaime

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