Ou D'Agosto ou Petro
Militares estão apostados em igualar o feito assinado há três décadas pela geração de talentos liderados em campo por Ndungidi e Alves
No reencontro com a história, o 1º de Agosto aposta todas as fichas na conquista do terceiro título consecutivo do Girabola, em caso de vitória diante do Cuando Cubango FC, hoje, às 15h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, na última jornada da 40ª edição da maior e mais importante prova do futebol angolano.
Em jogo está a possibilidade de os militares do Rio Seco conquistarem o segundo tri-campeonato da história do clube, 37 anos depois da série dominadora de 1979, 80 e 81. Mas sabem que o arquirival Petro de Luanda mantém a esperança na consagração, apesar de dependente.
Os pupilos do sérvio Zoran Macki, que no regresso ao 1º de Agosto apostou em Tony Cabaça, Paizo, Natael, Bobó, Dany Masunguna, Show, Macaia, Mário, Geraldo, Ibukun, Guelor, Mingo Bile, Razaq e Jacques, no núcleo duro, querem igualar o registo de N’dongala, Nelo, Amândio, Lourenço, Ângelo, Alves, N’suca, Tando, Ivo Traça, Manico e Ndungidi, Napoleão, Chimalanga, Garcia, Zeca, Luvambo, Mateus, Agostinho, Sabino, Sansão e Julião Dias, sob o comando de Joaquim Dinis, o “Brinca N’Areia”.
A ampla vantagem em relação ao Cuando Cubango FC, 11º classificado, 31 pontos, está longe de deixar sossegados os rubro e negros, líderes da competição, com 54. O histórico de empates consecutivos, diante de opositores menos cotados, como Progresso Sambizanga, 1º de Maio de Benguela, FC Bravos do Maquis e Académica do Lobito, desaconselham a adopção de uma postura sobranceira.
O apuramento para os quartos-definal da Liga dos Clubes Campeões Africanos, após o triunfo (2-1), diante do Mbabane Swallows de eSwatini, feito que devolve Angola para o grupo de países com direito a quatro equipas nas Afrotaças, em 2020, aumenta a responsabilidade dos anfitriões, que prometem abordar o jogo sem gerir a condução física, a grande preocupação no último mês e meio, período no qual disputaram 12 partidas, uma em cada intervalo de quatro dias. Contra todas as expectativas, a formação de Menongue, talvez comprometida com a defesa da “verdade desportiva”, cumpriu desde, segunda-feira, um programa aturado de preparação em Luanda, focada na anulação da festa do 1º de Agosto. Ivo confiante Um dos adjuntos de Macki, Ivo Traça, é um dos tri-campeões de 1981, experiência que partilha com o balneário: “Temos de comer relva, se quisermos festejar o título. Vamos apanhar uma equipa que tem a presença no próximo Girabola assegurada, que de certeza vai jogar descontraída, sem a preocupação de evitar perder o jogo, mas apostada em dar uma réplica ao 1º de Agosto. Mas nós, como equipa experiente e forte, não vamos deixar que isso aconteça. Melhor dizendo, não seremos surpreendidos em casa, no último jogo. É verdade que vai ser difícil. Temos de vencer obrigatoriamente esse jogo”.
Quanto ao opositor, deixou claro que conhecem bem. Por isso, foi um trabalho específico, no plano mental e no controlo emocional.
“Tivemos muita conversa com os jogadores, porque já treinámos tudo o que tínhamos para treinar este ano”.
Dany Masunguna, “capitão” dos militares, também falou em dificuldades.
“Mas vamos mostrar que também somos fortes. Com todo o respeito às restantes equipas, temos feito o nosso trabalho com toda a humildade. O que temos feito até agora tem sido fantástico. Trabalhamos com o intuito de vencer cada jogo”.
Económico no verbo, Abel da Conceição, treinador dos visitantes, vincou a determinação da equipa:
“Vamos fazer o que nos compete. Procurar fazer tudo aquilo que estiver ao nosso alcance para dignificar o nome da nossa equipa”.
“Temos de comer relva, se quisermos festejar o título. Vamos apanhar uma equipa que tem a presença no próximo Girabola assegurada