Estados Unidos cortam apoio aos refugiados palestinianos
Os Estados Unidos anunciaram que não irão financiar mais a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), tendo como fundo a crise cada vez mais profunda com a Autoridade Palestiniana.
Depois de “examinar cuidadosamente a questão”, a Administração de Donald Trump “decidiu que os Estados Unidos não farão contribuições adicionais à UNRWA”, por considerarem que se trata de uma “operação irremediavelmente tendenciosa”, disse a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, num comunicado.
Antes do anúncio, as autoridades palestinianas acusaram os Estados Unidos de “negar os seus compromissos internacionais e as suas responsabilidades”.
“Ao adoptar as posições israelitas mais extremistas em todas as questões, incluindo os direitos de mais de cinco milhões de refugiados palestinianos, o Governo dos Estados Unidos perdeu o seu estatuto de mediador e não está apenas a prejudicar uma situação já instável, mas também a oportunidade de uma futura paz no Médio Oriente”, denunciou o enviado palestiniano a Washington, Hossam Zomlot.
A decisão de Donald Trump de reconhecer unilateralmente Jerusalém como a capital de Israel no final de 2017 foi mal recebida pelos palestinianos.
Os líderes palestinianos imediatamente cortaram o contacto com Washington, negando-lhe qualquer papel como mediador no processo de paz com Israel, apesar das ambições do Presidente norte-americano.
Em resposta, os Estados Unidos anunciaram no final de Janeiro que condicionariam o pagamento da ajuda até ao retorno dos palestinianos à mesa de negociações. E a Administração Trump tem, gradualmente, passado para os actos. Em primeiro lugar, no início de 2018, apenas 60 milhões de dólares foram pagos à UNRWA, em comparação com os 350 milhões no ano anterior.
Esta decisão, juntamente com uma revisão de qualquer contribuição adicional, já havia provocado uma crise na agência da ONU, que ajuda mais de três milhões de palestinianos dos cinco milhões registados como refugiados, mas a agência é acusada de ser “anti-Israel” pelo Governo dos Estados Unidos.