Futuro da Genética no país é debatido num simpósio
A Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto realiza, a partir de amanhã até sexta-feira, em Luanda, o primeiro Simpósio de Genética Humana, actividade central da Semana da Genética, cujo lema é “O presente e o futuro da genética em Angola”.
O programa do evento, que vai decorrer na Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, situada no quintalão do Hospital Américo Boavida, foi preparado pela área de Genética da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto em parceria com a Associação dos Estudantes da instituição académica pública.
Em declarações sextafeira ao Jornal de Angola, a coordenadora curricular da cadeira de Genética, Maria Madalena Chimpolo, disse que, entre os objectivos do simpósio, estão a promoção do conhecimento da Genética como especialidade clínica, a discussão de aspectos relacionados com a prevenção e o diagnóstico das doenças genéticas.
O simpósio é também um convite à reflexão dos conteúdos programáticos em Genética, leccionados nas faculdades de Medicina no país, e à necessidade de harmonização dos mesmos, contextualizando-os à realidade angolana, acrescentou a docente Maria Madalena Chimpolo, que deu ênfase à necessidade de divulgação do potencial da pesquisa e da medicina genómica e de precisão como promotoras de boa prática na prestação de cuidados de saúde.
Um outro objectivo do simpósio é a difusão da necessidade de reconhecimento da genética como ferramenta importante na resolução de questões sociais.
Citando a nota introdutória do programa, Maria Madalena Chimpolo acentuou que a genética auxilia no diagnóstico e avaliação do risco de ocorrência ou recorrência das malformações congénitas, dos desvios metabólicos, das doenças hematológicas e heredodegenerativas, das displasias esqueléticas e de todos os distúrbios genéticos passíveis de um diagnóstico pré ou pós-natal. A geneticista acrescentou que, na área forense, por exemplo, a genética auxilia na resolução de crimes, na identificação de indivíduos em desastres em massa e em testes de paternidade/maternidade. No seu entender, a promoção dos serviços de genética enaltece grandemente a qualidade de vida das pessoas envolvidas, além de evitar desperdícios para o sistema de saúde e social.
Para amanhã e terça-feira, o programa da Semana de Genética incluiu a realização de quatro cursos pré-simpósio, que vão abordar os seguintes temas: “Organização e gestão do laboratório de genética. Qualidade: Requisitos técnicos e melhoria contínua da qualidade. Segurança e Risco no laboratório”, o “Diagnóstico pré-natal”, a “Abordagem citogenética no diagnóstico das leucemias e linfomas” e a “Investigação genética das epilepsias na prática clínica”.
O simpósio é aberto quintafeira com uma mesa-redonda dedicada ao ensino da Genética na formação médica, particularizando o contexto actual e os desafios para a harmonização curricular.
No rol de temas estão “Relevância da prevenção e diagnóstico em genética”, o “Diagnóstico pré-natal”, a “Anemia falciforme e a importância da prevenção”, o “Diagnóstico neonatal e suas implicações”, as “Epilepsias - da genética ao diagnóstico molecular” e a “Genética das epilepsias”.
São também temas “Os desafios no diagnóstico clínico dasepilepsiasnocontextoangolano”, a “Utilidade do diagnóstico molecular das epilepsias na prática clínica”, a “Genética forense”, “Subsídios nos casos de fuga à paternidade”, a “Identificação de indivíduos nos casos de paternidade e de violação sexual” e a “Bioinformática - utilização e protecção dos biobancos”.
Na quinta-feira, o programa reserva visitas a hospitais e consultas na área de Genética da Faculdade de Medicina. O último dia, sexta-feira, é dedicado a aulas de Genética, para as quais foram agendados os temas o “Diagnóstico citogenético” e a “Epilepsia e herança genética”.