Angola e China preparam novo quadro de intercâmbio
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, anunciou ontem para meados ou finais do mês em curso novas negociações “para definir um novo quadro geral de cooperação financeira” entre Angola e a China.
Manuel Augusto, que falava à imprensa, em Pequim, esclareceu que não devem ser assinados, à margem da Cimeira do FOCAC, acordos no sector financeiro, mas admitiu existirem negociações finais para a conclusão destes acordos em breve.
A presença pela segunda vez consecutiva na capital chinesa do ministro das Finanças, Archer Mangueira, em menos de um mês é, segundo Manuel Augusto, prova destas negociações.
“É possível que este acordo (sobre a definição do quadro geral de cooperação financeira) seja assinado na China ainda este ano”, disse. O ministro Manuel Augusto disse que a China está disposta a financiar projectos em África, mas uma das contrapartidas, tal como definiu o seu Presidente, é a transparência nos países que queiram concorrer a esse financiamento.
“Quando a China lançou esta Cimeira anunciou que tem mais de 100 mil milhões de dólares para cooperar com África. Tem dinheiro, vontade e capacidade, só que o Presidente Xi Jinping quer que a nova cooperação seja feita de forma rigorosa e transparente”, disse o ministro.
Em relação ao FOCAC, Manuel Augusto considera uma plataforma comum importante que corresponde à evolução das relações entre o continente africano e a China. “Esta Cimeira espelha o estádio de desenvolvimento entre os países africanos e a China. A expectativa cresce à volta deste encontro porque sabemos que a China pretende pôr em prática a doutrina de Xi Jinping, que é recuperar a “Rota da seda”.
Em relação à presença de Angola na Cimeira, o ministro lembrou: “somos um dos maiores parceiros da China em África e temos, com isso, interesses particulares”.
O ministro lembrou que, além de participar no debate geral da Cimeira, o Presidente João Lourenço discursa numa mesa redonda e participa também no fórum económico que junta o líder chinês e homólogos africanos e homens de negócios.
Manuel Augusto indicou que a delegação angolana vai assinar um memorando e um acordo durante a Cimeira. “O memorando vai estabelecer um quadro qualitativo e não necessariamente quantitativo da nossa cooperação”, esclareceu. O acordo a ser assinado é sobre uma doação da China de um centro de formação profissional no Huambo.