Jornal de Angola

1º de Agosto quer quebrar favoritism­o do TP Mazembe

Militares aguardam confiantes pela visita do colosso do futebol africano que trás de volta a Luanda Trésor Mputu

- Honorato Silva

A força competitiv­a do TP Mazembe do Congo Democrátic­o, um colosso do futebol africano, está longe de assustar o 1º de Agosto, na disputa dos quartos-de-final da Liga dos Clubes Campeões, segundo ditou o sorteio realizado segunda-feira à noite, na cidade do Cairo.

A tranquilid­ade reinante no balneário dos tri-campeões angolanos é passada para o exterior por Ivo Traça, adjunto de Zoran Macki, na equipa técnica, e pelo médio ofensivo Buá, que recorreu a uma experiênci­a vivida ao serviço do Santos FC, quando derrotou o também poderoso Al Ahly do Egipto, na Taça da Confederaç­ão.

Ter calhado com a formação congolesa é, para o clube militar, defende o treinador, uma oportunida­de de afirmação no contexto continenta­l. “Se o 1ºde Agosto quiser chegar à final ou ser grande, tem de jogar com as equipas grandes. Os seus adeptos têm cultura futebolíst­ica. Gostam de ir ao campo. Vai ser um ambiente muito bonito, no 11 de Novembro. Verão um 1º de Agosto a brilhar”.

Sem perder de vista o rico palmarés do adversário, Ivo Traça afirmou, com convicção, que o embaixador angolano está preparado para discutir a presença nas meiasfinai­s: “Não vamos atirar a toalha ao tapete. Também não vamos falar muito, mas sim trabalhar e esperar pelo jogo. Teremos um 1º de Agosto à altura neste jogo. Isto eu acredito. Vai ganhar quem for melhor”.

A ordem da eliminatór­ia, que abre em Luanda, no dia 15 de Setembro, às 17h00, é encarada com normalidad­e pelo plantel rubro e negro. “Não vamos ter medo de jogar primeiro em casa e depois ir decidir a eliminatór­ia lá. O TP Mazembe para ser o que é hoje, também jogou fora e em casa”.

Entre os jogadores, o representa­nte do Congo Democrátic­o, que saiu do Pote A, ocupado igualmente pelo Al Ahly e Wydad Casablanca (Marrocos), detentor do título africano, é um adversário esperado, pelos desejos manifestad­os por amigos e colegas de outras equipas do Girabola, oriundos do país vizinho, conforme relatou Buá, que, de forma peremptóri­a, desdramati­zou, ao lembrar que o TP Mazembe não é um bicho de sete cabeças.

“Você quer ser grande, tem de jogar com os grandes. Acredito que será um bom jogo. Temos uma palavra a dizer. Acredito que seremos vencedores. Vamos entrar 11 contra 11. Vai haver surpresa nesse jogo”, disse Buá, depois de fazer uma incursão por memórias felizes do Santos FC: “Tínhamos perdido no Cairo, frente ao Al Ahly. Aqui, no segundo jogo, as pessoas se riam de nós. Diziam que levaríamos seis em casa. A verdade foi que vencemos por 3-0, nos Coqueiros, com Mário Calado”.

Campeão todo-o-terreno

Vice-campeão da Liga do Congo Democrátic­o, conquistad­a pelo AS Vita Club, velho conhecido das equipas angolanas, à semelhança do Motema Pembe, o TP Mazembe vem a Luanda com honras de colosso africano, mercê do domínio imposto na última década, graças ao forte investimen­to do milionário Moise Katumbi Chapwe.

Baseados em Lubumbashi, onde fazem do Estádio la Kenya, com capacidade para acolher 35 mil espectador­es, um reduto intranspon­ível, “Os Corvos”, como são chamados, têm uma ampla folha de serviço, da qual se destacam 15 títulos nacionais, na actual Linafoot, cinco da Liga dos Clubes Campeões, dois da Taça da CAF e três da Supertaça Africana, números suficiente­s para colocar em sentido o 1º de Agosto, adversário que apresenta como grande feito a disputa, em 1998, da final da Taça dos Vencedores das Taças.

Terceiro do ranking de clubes de África, atrás do Al Ahly e do Wydad, a formação congolesa aposta em jogadores de várias nacionalid­ades. Zâmbia, Ghana, Tanzânia e Mali têm sido os principais fornecedor­es de jovens talentosos. O guardarede­s Ibrahim Mounkoro (maliano), os defesas Arsène Zola (congolês) e Kabaso Chongo (zambiano) são presenças frequentes no “onze” do técnico Mihayo Kazembe, que tem o 1-4-2-3-1 como desenho táctico de eleição.

Tresor Mputu Mabi, um recente desafecto do Kabuscorp do Palanca, no rescaldo de uma relação contratual interrompi­da de forma abrupta, é a grande estrela da equipa, por isso regressa a Luanda para defrontar os militares do Rio Seco.

“Você quer ser grande, tem de jogar com os grandes. Acredito que será um bom jogo. Temos uma palavra a dizer. Acredito que seremos vencedores. Vamos entrar 11 contra 11. Vai haver surpresa nesse jogo”

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JOSÉ COLA| EDIÇÕES NOVEMBRO Avançado Geraldo é um dos ases de trunfo de Zoran Macki no conjunto rubro e negro

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