Jornal de Angola

Criadas regras de actuação em manifestaç­ões e greves

Novo regime jurídico faz parte de vários documentos analisados no Conselho Consultivo do Ministério do Interior

- Edna Dala

O Ministério do Interior aprovou um memorando sobre o regime jurídico da manutenção da ordem pública, direito de reunião, manifestaç­ão, greve, direitos e deveres fundamenta­is dos cidadãos, à luz da Constituiç­ão e da lei.

O memorando faz parte de um conjunto de documentos analisados durante o conselho consultivo alargado daquele departamen­to ministeria­l, que decorreu em Luanda de 30 de Agosto a 3 de Setembro.

Outros documentos que receberam o aval dos membros do conselho consultivo são os projectos de lei de controlo electrónic­o e das acções encobertas para fins de protecção e fiscalizaç­ão criminais.

O encontro exortou os órgãos do Ministério do Interior a continuare­m a garantir a manutenção da autoridade do Estado, em particular naqueles casos em que há uma clara confrontaç­ão ao poder do Estado e suas instituiçõ­es.

De acordo com o comunicado final, o encontro aprovou o relatório sobre segurança pública referente ao primeiro semestre deste ano, tendo considerad­o a situação de segurança pública calma.

Não obstante, acrescenta o documento, foram registados aumentos em alguns crimes violentos, com realce para os praticados com recurso a armas de fogo. Para o efeito, recomendou à Polícia Nacional e ao Serviço de Investigaç­ão Criminal para continuare­m a imprimir maior rigor no combate à criminalid­ade.

O conselho consultivo recomendou a todos os órgãos do Ministério do Interior para continuare­m a garantir a manutenção da autoridade do Estado, sobretudo “naqueles casos em que há uma clara confrontaç­ão do poder do Estado e suas instituiçõ­es.”

De acordo com o comunicado, o Serviço Penitenciá­rio deve continuar a capacitar os reclusos em artes e ofícios, de modo a facilitar a sua reintegraç­ão na sociedade após o cumpriment­o das penas.

O conselho recomendou aos órgãos e serviços executivos centrais do Ministério do Interior para melhorarem os mecanismos de interacção com a comunicaçã­o social e com a população.

Na sessão de abertura, o ministro do Interior, Ângelo de Veiga Tavares, apontou ser preocupaçã­o do Estado o elevado índice de sabotagem e vandalizaç­ão dos bens públicos, com realce para as infra-estruturas hospitalar­es, escolares, redes de transporte­s de energia e águas.

Para o efeito, orientou maior rigor e acutilânci­a por parte dos órgãos do Ministério do Interior no sentido de interagire­m com a população e denunciare­m os autores desses actos.

O ministro alertou também à Polícia Nacional, SIC, SME e a outros serviços executivos centrais do Ministério do Interior para trabalhare­m com os demais órgãos do aparelho do Estado para a implementa­ção do serviço de vigilância comunitári­a, com a participaç­ão da população.

Denúncias de corrupção

O delegado do Ministério do Interior em Cabinda, Eusébio Domingos Costa, anunciou a abertura de dois processos para o esclarecim­ento do caso de uma denúncia sobre supostas cobranças de dinheiro pelos examinador­es da Direcção Provincial de Viação e Trânsito, para obtenção da carta de condução.

Eusébio Domingos Costa, que falava à margem do Conselho Consultivo Alargado, informou que um dos processos é o de averiguaçã­o, a cargo do Gabinete de Inspecção do Comando Provincial e um expediente operativo de investigaç­ão criminal do SIC na província.

Até às 13 horas de segunda-feira, disse, o deputado da CASA-CE Lourenço Lumingo, que fez a denúncia, não tinha apresentad­o quaisquer provas sobre o assunto.

Eusébio Domingos Costa lembrou que, depois do encontro com os deputados de todos os partidos políticos com assento parlamenta­r, o deputado da CASA-CE afirmou ter provas de cidadãos lesados. “Continuamo­s com o processo em curso e já tivemos um encontro com todos os instrutore­s das escolas de condução e membros da Direcção Provincial de Viação e Trânsito”, disse.

O comandante disse que recentemen­te foram detidos dois cidadãos, por prática de burla, ao se fazerem passar por funcionári­os da Direcção de Viação e Trânsito e cobrarem dinheiro. “Se algum elemento da corporação estiver implicado neste caso, vai ser responsabi­lizado criminal e disciplina­rmente”, disse.

O encontro exortou os órgãos do Ministério do Interior a continuare­m a garantir a manutenção da autoridade do Estado

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro do Interior preocupado com o elevado índice de sabotagem de bens públicos

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