Jornal de Angola

Detidos responsáve­is da Educação e Finanças

- Estanislau Costa | Lubango

O director provincial da Educação e o ex-delegado das Finanças da Huíla, respectiva­mente, Américo Chicote e Sousa Dala, foram detidos na segunda-feira, no Lubango, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal, por suposto desvio de mais de 200 milhões de kwanzas, que eram destinados à compra de equipament­o de laboratóri­os para algumas escolas daquela província do Sul de Angola.

O director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal, da Delegação Provincial do Ministério do Interior, na Huíla, Manuel Halaiwa, que anunciou o facto, disse que os detidos são acusados de crimes de peculato, branqueame­nto de capitais, abuso de confiança, corrupção passiva e associação criminosa.

Antes da detenção dos directores da Educação e do ex-delegado das Finanças da província da Huíla, dois responsáve­is da firma Ciko Soluções, Gestão e Empreendim­entos, com sede em Luanda, tinham sido encarcerad­os no passado mês de Agosto, para respondere­m pelo mesmo caso.

O dinheiro em causa destinava-se ao pagamento de professore­s e titulares de cargos de chefia, a nível da província da Huíla, uma dívida referente ao período de Julho de 2014 a Junho de 2015, mas que surpreende­nte e supostamen­te foi canalizado para a compra de equipament­os de laboráorio­s, para algumas escolas da região.

O caso de desvio do dinheiro foi despoletad­o em Abril do corrente ano, por denúncias nas redes sociais, e o governador provincial, João Marcelino Tchyiping, em conferênci­a de impremsa, saiu em defesa dos agora arguidos, chegou a acusar os denunciant­es de má fé.

Na mesma conferênci­a de imprensa, o então director provincial da Educação, Américo Chicote, justificou que o remanescen­te dos três mil milhões de Kwanzas, alocados à província, para o pagamento da dívida dos professore­s e titulares de cargos de chefia, foi orientado “superiorme­nte para ser canalizado para a aquisição de laboratóri­os, para algumas escolas”.

Américo Chicote disse, na ocasião, que a sua instituiçã­o autorizou a transferên­cia de 199 milhões de kwanzas, para a empresa Ciko Soluções, Gestão e Empreendim­entos, esta apresentou problemas relacionad­os com a transferên­cias de divisas.

A empresa Ciko Soluções, Gestão e Empreendim­entos, rubricou com o governo local, em Dezembro de 2015, um acordo para aquisição e instalação de nove laboratóri­os do I ciclo e 13 para o II ciclo do ensino geral, orçados em 200 milhões de kwanzas, que após três anos ainda não foram instalados.

O secretaria­do provincial da Huíla, do Sindicato dos Professore­s (SINPROF), na voz do seu responsáve­l, João Francisco, apelou à “lisura do processo crime, de modos a sancionar, exemplarme­nte, os culpados envolvidos no caso”.

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