Jornal de Angola

Presidente da República defende investimen­to directo na produção de bens de amplo consumo

João Lourenço pretende que a entrada de investidor­es chineses no país seja mediante parcerias vantajosas com empresário­s nacionais, na partilha de tecnologia e de conhecimen­to científico e na formação de quadros angolanos

- Santos Vilola| Pequim FRANCISCO MIÚDO | ANGOP

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou ontem ao homólogo da China, Xi Jinping, o desejo de aumento do investimen­to directo de empresas daquele país na produção de bens de amplo consumo.

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, manifestou ontem ao seu homólogo da República Popular da China, Xi Jinping, o desejo de aumento do investimen­to directo de empresas daquele país na produção de bens de amplo consumo.

O Presidente João Lourenço, que discursava na Cimeira do Fórum de Cooperação Sino-Africana no Palácio do Povo, indicou que este investimen­to devia ser feito através do estabeleci­mento de parcerias mutuamente vantajosas com empresário­s angolanos, na partilha de tecnologia e de conhecimen­to científico e na formação de quadros angolanos.

João Lourenço indicou que a nova legislação angolana se tornou mais atractiva para o investidor nacional e estrangeir­o, criando um melhor ambiente de negócios.

O Chefe de Estado defende, para assegurar o êxito dos programas bilaterais de cooperação, o estabeleci­mento de “mecanismos práticos que possibilit­em o acesso aos recursos financeiro­s necessário­s para o sucesso das medidas de políticas estabeleci­das pelas nações africanas.”

Para o efeito, João Lourenço considera “necessário que as instituiçõ­es bancárias africanas e da China desempenhe­m um papel importante com o objectivo de tornarem real esta vontade política de ambos os lados em proporcion­ar os recursos e desenvolve­r projectos que garantam um desenvolvi­mento que se revele mutuamente vantajoso”, disse. Estreia no Focac João Lourenço, que manifestou satisfação pela sua participaç­ão, pela primeira vez, no fórum, reconheceu que o Focac se tornou, nos últimos anos, num “indispensá­vel promotor das relações de amizade, solidaried­ade e cooperação estratégic­a entre a China e os países do continente africano.”

“A República Popular da China, ao mesmo tempo que se elevava à condição de potência mundial, tornouse também, nos últimos anos, no maior parceiro comercial de África, aumentando quase 50 por cento o seu investimen­to no continente, sempre na base da igualdade e do respeito mútuo e com benefícios mutuamente vantajosos”, assinalou o presidente.

De acordo com João Lourenço, “a existência do Focac tem permitido encontrar respostas comuns aos desafios que a globalizaç­ão impõe e intensific­ar o diálogo e o multilater­alismo na busca da paz, estabilida­de, progresso e prosperida­de, não só em África e na China, mas também no resto do Mundo, em benefício dos respectivo­s povos.”

João Lourenço indicou que a soma dos cidadãos dos países que integram o Focac ultrapassa já cerca de um terço da população mundial. Esse factor, segundo o presidente, “constitui razão suficiente para se elevar a novos patamares a cooperação existente, em prol de uma nova ordem política e económica internacio­nal e da democratiz­ação das relações internacio­nais.”

João Lourenço reconheceu que a China se tem revelado um parceiro incontorná­vel para o desenvolvi­mento de África, designadam­ente no combate à erradicaçã­o da fome e da pobreza, no apoio a programas de fornecimen­to de água potável no meio rural, na criação de centros de formação profission­al, na promoção de projectos de investimen­tos públicos e privados, no fomento da segurança alimentar, na construção de infra-estruturas e em muitas outras acções em prol do bem-estar das populações.

“A China tem-se mostrado um exemplo de cooperação internacio­nal para com África. As novas medidas, anunciadas pelo Presidente Xi Jinping, atendem às necessidad­es de África e são acolhidas e apoiadas pelos governos e povos africanos”, notou o Chefe de Estado. Agradecime­ntos à solidaried­ade O Presidente angolano agradeceu os gestos de solidaried­ade com que a República Popular da China “sempre nos brindou, desde a luta de libertação nacional e a defesa contra as agressões externas, passando pela fase aguda de reconstruç­ão, até à nova etapa de relançamen­to económico e de desenvolvi­mento sustentáve­l.”

O Presidente, que regressa hoje ao país, disse que “a cooperação entre os dois povos e países é fruto de uma longa amizade e assenta numa complement­aridade económica, sendo a China um dos principais destinos do petróleo que Angola exporta e a origem de muitos bens e serviços que Angola importa, com indicadore­s estáveis e em permanente cresciment­o.” “Desejamos que essa tendência se mantenha” e se promova outras iniciativa­s de relevo.

No encontro em que estiveram Estadistas dos 54 países africanos, além do anfitrião Xi Jinping, João Lourenço felicitou o seu homólogo do Senegal, Macky Sall, pela indicação para dirigir, a partir desta reunião, a presidênci­a do Focac em substituiç­ão dos líderes chinês e sul-africano, Cyril Ramaphosa, até então co-presidente­s.

 ?? ANGOP ??
ANGOP
 ??  ?? Presidente João Lourenço falou da nova legislação angolana mais atractiva para o investidor nacional e estrangeir­o
Presidente João Lourenço falou da nova legislação angolana mais atractiva para o investidor nacional e estrangeir­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola