Presidente da República defende investimento directo na produção de bens de amplo consumo
João Lourenço pretende que a entrada de investidores chineses no país seja mediante parcerias vantajosas com empresários nacionais, na partilha de tecnologia e de conhecimento científico e na formação de quadros angolanos
O Presidente da República, João Lourenço, manifestou ontem ao homólogo da China, Xi Jinping, o desejo de aumento do investimento directo de empresas daquele país na produção de bens de amplo consumo.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, manifestou ontem ao seu homólogo da República Popular da China, Xi Jinping, o desejo de aumento do investimento directo de empresas daquele país na produção de bens de amplo consumo.
O Presidente João Lourenço, que discursava na Cimeira do Fórum de Cooperação Sino-Africana no Palácio do Povo, indicou que este investimento devia ser feito através do estabelecimento de parcerias mutuamente vantajosas com empresários angolanos, na partilha de tecnologia e de conhecimento científico e na formação de quadros angolanos.
João Lourenço indicou que a nova legislação angolana se tornou mais atractiva para o investidor nacional e estrangeiro, criando um melhor ambiente de negócios.
O Chefe de Estado defende, para assegurar o êxito dos programas bilaterais de cooperação, o estabelecimento de “mecanismos práticos que possibilitem o acesso aos recursos financeiros necessários para o sucesso das medidas de políticas estabelecidas pelas nações africanas.”
Para o efeito, João Lourenço considera “necessário que as instituições bancárias africanas e da China desempenhem um papel importante com o objectivo de tornarem real esta vontade política de ambos os lados em proporcionar os recursos e desenvolver projectos que garantam um desenvolvimento que se revele mutuamente vantajoso”, disse. Estreia no Focac João Lourenço, que manifestou satisfação pela sua participação, pela primeira vez, no fórum, reconheceu que o Focac se tornou, nos últimos anos, num “indispensável promotor das relações de amizade, solidariedade e cooperação estratégica entre a China e os países do continente africano.”
“A República Popular da China, ao mesmo tempo que se elevava à condição de potência mundial, tornouse também, nos últimos anos, no maior parceiro comercial de África, aumentando quase 50 por cento o seu investimento no continente, sempre na base da igualdade e do respeito mútuo e com benefícios mutuamente vantajosos”, assinalou o presidente.
De acordo com João Lourenço, “a existência do Focac tem permitido encontrar respostas comuns aos desafios que a globalização impõe e intensificar o diálogo e o multilateralismo na busca da paz, estabilidade, progresso e prosperidade, não só em África e na China, mas também no resto do Mundo, em benefício dos respectivos povos.”
João Lourenço indicou que a soma dos cidadãos dos países que integram o Focac ultrapassa já cerca de um terço da população mundial. Esse factor, segundo o presidente, “constitui razão suficiente para se elevar a novos patamares a cooperação existente, em prol de uma nova ordem política e económica internacional e da democratização das relações internacionais.”
João Lourenço reconheceu que a China se tem revelado um parceiro incontornável para o desenvolvimento de África, designadamente no combate à erradicação da fome e da pobreza, no apoio a programas de fornecimento de água potável no meio rural, na criação de centros de formação profissional, na promoção de projectos de investimentos públicos e privados, no fomento da segurança alimentar, na construção de infra-estruturas e em muitas outras acções em prol do bem-estar das populações.
“A China tem-se mostrado um exemplo de cooperação internacional para com África. As novas medidas, anunciadas pelo Presidente Xi Jinping, atendem às necessidades de África e são acolhidas e apoiadas pelos governos e povos africanos”, notou o Chefe de Estado. Agradecimentos à solidariedade O Presidente angolano agradeceu os gestos de solidariedade com que a República Popular da China “sempre nos brindou, desde a luta de libertação nacional e a defesa contra as agressões externas, passando pela fase aguda de reconstrução, até à nova etapa de relançamento económico e de desenvolvimento sustentável.”
O Presidente, que regressa hoje ao país, disse que “a cooperação entre os dois povos e países é fruto de uma longa amizade e assenta numa complementaridade económica, sendo a China um dos principais destinos do petróleo que Angola exporta e a origem de muitos bens e serviços que Angola importa, com indicadores estáveis e em permanente crescimento.” “Desejamos que essa tendência se mantenha” e se promova outras iniciativas de relevo.
No encontro em que estiveram Estadistas dos 54 países africanos, além do anfitrião Xi Jinping, João Lourenço felicitou o seu homólogo do Senegal, Macky Sall, pela indicação para dirigir, a partir desta reunião, a presidência do Focac em substituição dos líderes chinês e sul-africano, Cyril Ramaphosa, até então co-presidentes.