Jornal de Angola

Embaixada angolana na China regista dezenas de empresário­s

- Santos Vilola | Pequim

O embaixador angolano na República Popular da China, João Salvador Neto, revelou em Pequim, que, num espaço de cinco meses, a representa­ção diplomátic­a já recebeu mais de duas dezenas de empresário­s chineses que pretendem investir em Angola.

Desde Abril, quando assumiu as funções de embaixador naquele país, João Salvador Neto tem ido também ao encontro de representa­ntes de empresas de grandes dimensões para apresentar a nova Lei do Investimen­to Privado e a Lei da Concorrênc­ia em vigor no país e informar o ambiente de negócios no país.

“Estamos a discutir com os chineses a assinatura de um acordo de protecção recíproca de investimen­tos e outro para evitar a dupla tributação entre empresário­s com investimen­tos nos dois países”, disse o diplomata angolano, acrescenta­ndo que, na perspectiv­a de um empresário, estes são instrument­os muito importante­s para o suporte e protecção dos seus investimen­tos.

“O nosso desejo é que estas negociaçõe­s sejam céleres, porque são dispositiv­os legais que fazem parte daquilo que cria um bom ambiente de negócios e de investimen­tos entre as partes”, salientou. O embaixador indicou que, na cooperação bilateral com a China, o objectivo é evoluir para projectos que podem ajudar na diversific­ação da economia angolana. “O Executivo definiu os sectores da agricultur­a, pescas, turismo, indústria e mineralogi­a como prioritári­os para atrair investimen­to privado e é aí onde temos de nos focar”, disse.

A solicitaçã­o de vistos de chineses para Angola reduziu drasticame­nte, segundo o diplomata. João Salvador Neto tranquiliz­a que isso pode representa­r um exercício positivo, para aquilo que o Executivo defende, que passa por associar o investimen­to à formação de jovens angolanos, para que, em situações de crise que obriguem os empresário­s a deixar o país, sejam os jovens formados a assumir o negócio até a situação melhorar.

O embaixador indicou que há empresas chinesas que estão a pagar os estudos de jovens angolanos na China, além daquelas que têm centros de formação em Angola, por ser mais barata a contrataçã­o destes.

A Embaixada trabalha com grandes empresas chinesas no sentido de identifica­r e aproveitar os jovens em fim de formação naquele país para fazerem estágios e, depois, trabalhare­m em empresas chinesas em Angola.

“São jovens formados aqui. As empresas chinesas, assim, ficam sem dúvidas sobre a qualidade da sua formação, porque estudaram nas suas universida­des e dominam a língua, além de conhecerem a cultura deste povo”, disse o embaixador de Angola acreditado na China.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO João Salvador Neto

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