Mbanza Kongo está solidária
Instituído em 1993, em Fez (Marrocos), por ocasião da criação da Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), o 8 de Setembro evoca, igualmente, a relação de solidariedade entre as cidades Património Mundial, através deste organismo.
A inclusão, a 8 de Julho de 2017, da cidade de Mbanza Congo na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) colocou Angola entre os países com motivos para assinalar o Dia da Solidariedade das Cidades Património Mundial.
Instituído em 1993, em Fez (Marrocos), por ocasião da criação da Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), o 8 de Setembro evoca, igualmente, a relação de solidariedade entre as cidades Património Mundial, através deste organismo.
A OCPM reúne todas as cidades com núcleos habitacionais declarados Património da Humanidade, num organismo composto e dirigido por essas mesmas urbes, com o objectivo de reunir esforços de defesa e preservação do Património da Humanidade.
Organização sem fins lucrativos, a OCPM está sedeada no Québec (Canadá) e tem vários secretariados regionais espalhados por todo o Mundo. É composta por 250 cidades classificadas Património Mundial pela UNESCO.
O organismo defende que a salvaguarda das cidades históricas deve constituir uma obrigação para os Governos e para os Cidadãos dos Estados em cujos territórios se encontram. O desafio para todos é a formalização de políticas capazes de adaptar os valores históricos e culturais dos bens classificados às exigências da vida contemporânea, sem comprometê-los.
Com a nomeação de Mbanza Congo, o Governo angolano, além de ganhos em matéria de turismo, viu reforçadas as suas responsabilidades em relação ao deseolvimento e preservação do centro histórico. Essa é uma das condições exigidas pela UNESCO.
A inclusão na lista da UNESCO, após os encargos com a candidatura, felizmente bem sucedida, há pouco mais de um ano, acarreta outros gastos, como a realização anual do Festival do Kongo (Festikongo), numamiscelâneaderealizações culturais, artísticas, de investigação, pesquisa e troca de experiências e conhecimentos entre académicos e cidadãos de Angola, RDCongo, Congo Brazzaville e Gabão.
Na primeira edição do festival, realizada em Julho último, estiveram em evidência as potencialidades da província do Zaire nos mais variados domínios, com destaque para os histórico-culturais e turísticas. O evento, que assinalou o primeiro aniversário da elevação da cidade a património mundial, foi organizado em parceria com o Ministério da Cultura e contou com a participação de expositores de outras regiões do país.
Os encargos das autoridades incluem a transmissão às novas geraçõesdos costumes positivos do Lumbu (Corte Real Kongo), incutindo nelas os ideais relativos à tolerância, solidariedade, compreensão, diálogo e resolução pacífica dos diferendos, por meio do direito consuetudinário, ainda praticados pelas autoridades tradicionais.
A UNESCO exige ainda o desenvolvimento das indústrias culturais na região, como forma de fomento do turismo e incentivo da participação da população local neste projecto. O organismo defende que as pequenas indústrias de artesanato, música e escultura, além de ajudarem na transmissão dos conhecimentos à volta das tradições de Mbanza Kongo e de ilustrarem o que foi a inscrição de Mbanza Congo na Unesco, concorrem para o combate à pobreza.
Outra recomendação da UNESCO vai para a construção, em Mbanza Kongo, de infra-estruturas ligadas à rede hoteleira e de restauração, para melhor acolhimento dos visitantes e turistas.
Com 7.651 quilómetros quadrados de superfície, Mbanza Kongo é limitada a Norte pelo município do Kuimba e pela RDC, a Sul e a Este, pela província do Uíge, e, a Oeste, pelos municípios do Tomboco e Nóqui. Localizada a 472 quilómetros a Norte da capital angolana (Luanda), a cidade conta com uma população estimada em 155 mil e 174 habitantes (dados do último censo) e possui cinco bairros: Sagrada Esperança, 4 de Fevereiro, 11 de Novembro, Álvaro Buta e Martins Kidito.