“É uma substituição feita com o líder vivo”
O presidente
do grupo parlamentar do MPLA, Salomão Xirimbimbi, espera que o Presidente João Lourenço, enquanto novo líder do MPLA, mantenha o espírito congregador do partido. A ideia, segundo o deputado, é manter a vitalidade do partido, “que sempre praticou o princípio da renovação na continuidade”. O parlamentar admitiu que os desafios actuais requerem um líder determinado, com vontade de fazer as coisas acontecerem, atento, disponível e conhecedor da realidade e ansiedade da população. “O Presidente João Lourenço reúne estes requisitos, bastando para tal que seja rodeado nos órgãos executivos do partido e do Estado de pessoas honestas e competentes”, disse. “Está-se, pois, diante de uma substituição em vida, por vontade expressa do ainda líder”, disse o presidente do grupo parlamentar do MPLA, para quem João Lourenço entra de forma natural e normal, tendo em conta que, do ponto de vista do partido, reúne as condições de legitimação, com a particularidade de tratar-se também de uma decisão inter-geracional, e não só”.
Saída sem glória
José Eduardo do Santos chegou ao fim do seu longo mandato de 39 anos na presidência do MPLA sem glória, afirmou o secretário para as Relações Internacionais da UNITA. Segundo o político, José Eduardo foi também o mentor da partidarização das instituições do Estado, mas afirma que “é provável que tenha sido determinante para a manutenção da coesão e disciplina no seio do seu próprio partido”. Para o dirigente da UNITA, o presidente José Eduardo dos Santos deixa o seu partido forçado pelas circunstâncias.
Alcides Sakala entende que situações que aconteceram ao ex-presidente da República, devem ficar como ensinamento para líderes africanos saberem entrar e sair sem serem empurrados pela força das circunstâncias.
O secretário da UNITA afirmou que muitos líderes africanos têm estado a alterar a Constituição dos seus respectivos países para garantirem a continuidade e manutenção do poder.