Esforços contra o analfabetismo
Celebra-se hoje em todo o Mundo o Dia Mundial da Alfabetização, uma data instituída pela UNESCO e que lembra, infelizmente, a condição de milhares de pessoas que se encontram ainda sob as amarras do analfabetismo. Trata-se de uma condição inaceitável porque, como é fácil de perceber, constitui uma desvantagem considerável viver sem a capacidade elementar de escrever e ler, desde informações constantes das receitas médicas, ao conteúdo dos rótulos dos produtos alimentares, às instruções de segurança nas instituições e na via pública. Pode-se dizer que são numerosos os riscos que correm os iletrados.
O analfabetismo, um mal incompatível com os Estados modernos, constitui ainda hoje um desafio para numerosas sociedades. A sua prevalência emperra consideravelmente a marcha dos países na prossecução dos fins, para assegurar a sua viabilidade, garantir aos cidadãos bem-estar e proporcionar a cada um o que lhe é devido.
Obscurantismo e, por seu intermédio, as práticas que desafiam o bom senso e a razão, aumentam na proporção directa do grau de iliteracia das populações. Superar o analfabetismo é uma necessidade humana elementar e condição indispensável para uma vida livre de situações anacrónicas. Atendendo aos fins a que se propõem, os Estados devem, por isso, empenhar-se na alfabetização, porque a melhoria das condições de vida e a evolução da sociedade ficam condicionadas com a prevalência da iliteracia.
Em Angola, há da parte das instituições do Estado um grande esforço no sentido da reversão da actual situação relacionada com o analfabetismo, de Cabinda ao Cunene.
Segundo dados divulgados pela Direcção Nacional para a Educação de Adultos, há em Angola cerca de 24 por cento de analfabetos, número que revela uma tendência decrescente. Atendendo à propensão para a queda do percentual de iletrados em todo o país, vai ser possível baixar significativamente os níveis de analfabetismo. Para isso acontecer, o Estado e a sociedade precisam de unir esforços e empenharem-se para que, dentro de uma década, a UNESCO declare Angola livre do analfabetismo.
Mas há preocupações que precisam de ser resolvidas no presente, nomeadamente a formação e contratação de alfabetizadores, e a criação de condições para que estes desempenhem cabalmente o seu papel, porque apenas metade dos cerca de 20 mil efectivos conhecidos exercem a actividade docente. Se os alfabetizadores que estão fora do sistema não forem reintegrados, é improvável que a taxa de iliteracia baixe para quatro por cento nos próximos dez anos.
Nesta ocasião, as instituições do Estado e a sociedade devem unir esforços no combate ao analfabetismo, que precisa de ser erradicado como condição para a modernização de Angola.