Empresários procuram ultrapassar obstáculos
Empresários angolanos, chineses e de outros países africanos analisaram ontem, em Pequim (China), formas de ultrapassar as dificuldades que, há dois anos, quando foram criadas as câmaras bilaterais de comércio, impedem o investimento comum.
No fórum comercial, em que o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Arnaldo Calado, esteve a representar empresários angolanos, líderes dos sectores bancário, de energia, consultoria empresarial e financeira, bem como diplomatas, analisaram formas para eliminar barreiras, investir no crescimento do continente africano e atrair também empresários africanos ao mercado chinês.
No encontro, realizado pela segunda vez na China, o consultor italiano da RsA Asia, Lorenzo Riccardi, apresentou as potencialidades de investimento que Angola, onde esteve em Cabinda há uma semana, oferece em vários sectores.
Na conferência, em estilo de debate tripartido de empresários com plateia, o italiano disse que o que lhe foi dado a ver em Cabinda revela que o país tem potencialidades para atrair investimentos, sobretudo no sector da Construção de Infra-estruturas. O consultor, cujas empresas que representa estão sediadas em Sanghai, Suzhou, Pequim e Hong Kong (China), Ho Chi Minh (Vietname) e Milão (Itália), disse que vai preparar pareceres favoráveis para convencer os parceiros que actuam com a sua empresa a investir em Angola. Carsten Hasbach, director da Belt & Road, uma subsidiária da alemã Siemens na China, indicou que a multinacional, com participação na construção da barragem de Cambambe onde instalou turbinas, está preocupada com os baixos níveis de electrificação do continente africano. Segundo estatísticas da empresa que representa, há um défice de electrificação que precisaria de mobilizar cerca de seis mil milhões de dólares nos próximos anos.
O responsável anunciou que a empresa tem projectos para concretizar em Angola, em vários domínios, e que, para tal, a interacção com empresários angolanos é determinante. O fórum em-presarial em Pequim encerrou ontem. A delegação angolana segue para Xangai, província chinesa, onde se reúne com empresários locais. Na agenda, estão ainda, até ao dia 16 do mês em curso, duas conferências técnicas em universidades chinesas.