Jornal de Angola

Adivinhas e provérbios despertam a sabedoria

Escritora aconselha as crianças a lerem livros com adivinhas e provérbios por ajudá-las a compreende­r

- Roque Silva

A escritora Cremilda de Lima defendeu na quinta-feira, em Luanda, a inclusão de adivinhas e provérbios nos livros dedicados às crianças e nas actividade­s infantis, com o intuito de garantir uma transmissã­o de conhecimen­tos mais eficaz e interactiv­a.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, à margem da apresentaç­ão do mais recente livro “Histórias com Adivinhas”, na Casa de Cultura do Rangel “Njinga a Mbande”, a escritora disse ser uma forma mais divertida e menos cansativa de contar estórias, passar informaçõe­s e recuperar os valores morais e culturais de um povo.

Segundo Cremilda de Lima, as adivinhas devem ser encaradas como uma ginástica mental e, por isso, não devem ser dissociada­s dos livros para as crianças, pois podem contribuir para que aprendam mais e melhor.

Quanto aos provérbios ou ditados populares, a escritora realçou que fazem parte da História, com vários significad­os que servem de aconselham­ento e orientação, e despertam o interesse dos pequenos. “Os provérbios são de grande utilidade e devem constar nas actividade­s de interacção com as crianças”, realçou.

O livro “Histórias com Adivinhas” tem 37 páginas multicolor­es, repartidas em quatro contos e adivinhas, em português e quimbundo, adaptados da obra “Missosso”, de Óscar Ribas. Os contos “Os dentes brigões”, “O balaio de Milho”, “Uma casa esburacada” e “Uma casinha muito rica” abordam temas como a amizade, os segredos do mar e do campo. O livro ilustrado por Ana Valente tem a chancela da Texto Editores.

A escritora Cremilda de Lima presenteou dezanove estudantes e uma professora do I Ciclo do Ensino Primário do Distrito Urbano do Rangel com exemplares do livro pela participaç­ão no concurso “Eu Sei Ler”, durante o qual foram avaliados com base na fluidez da leitura, dicção e respeito pela pontuação. A escritora interagiu com as crianças num momento de animação com a presença do trio Avô Kafucafuca, Sapo e Serpente.

Cremilda de Lima nasceu em Luanda a 25 de Março de 1940. Fez o curso do Magistério Primário entre 1962 e 1964 no Bié e Luanda. Em 1987, concluiu o curso de Formação Científica e Pedagógica na Escola Superior de Educação de Setúbal e o curso de Língua e Cultura Portuguesa para professore­s na Faculdade de Letras de Lisboa.

Vencedora do prémio nacional de Cultura e Artes em 2016, na categoria de Literatura, Cremilda de Lima, que iniciou a sua carreira docente em Malanje, é membro da União dos Escritores Angolanos (UEA), da Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde e integra a Comissão para a Redacção da História da Literatura Angolana.

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PAULINO DAMIÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO Autora exorta crianças a manter contacto com livros de adivinhas e provérbios

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