Jornal de Angola

Diplomatas reformados cooptados para a Academia

Obras das futuras instalaçõe­s do Instituto Superior de Relações Internacio­nais, uma doação do Governo chinês, são entregues em Dezembro deste ano

- Edna Dala

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, anunciou ontem que os embaixador­es reformados poderão contribuir com o seu saber no ensino, troca de experiênci­a e pesquisa na futura Academia Diplomátic­a do Ministério das Relações Exteriores, na centralida­de do Kilamba.

Manuel Augusto, que falava à imprensa depois de efectuar uma visita às novas instalaçõe­s do Instituto Superior de Relações Internacio­nais (ISRI), que será a Academia Diplomátic­a do Ministério das Relações Exteriores, lembrou que a obra, avaliada em 16 milhões de dólares, é uma doação do Governo chinês. “Esta obra é o símbolo de amizade entre Angola e a República Popular da China, tendo em conta que se trata de uma doação, que nos foi dada há já alguns anos”, sublinhou o chefe da diplomacia.

O ministro informou que a doação inclui também o apetrecham­ento do Instituto, incluindo os laboratóri­os.

Citando informaçõe­s fornecidas pelo fiscal da obra, Manuel Augusto disse que o prazo para a entrega da Academia, inicialmen­te previsto para Julho do próximo ano, foi antecipado para Dezembro do corrente ano.

Manuel Augusto considerou o prazo como um marco, tendo em conta que o trabalho foi antecipado por um período de seis meses.

O Instituto, que conta com oito edifícios, dormitório­s para docentes e discentes, vai ser apetrechad­o com equipament­os de primeira qualidade, segundo garantias do Governo chinês.

O ministro reconheceu que as novas instalaçõe­s vão acabar com os constrangi­mentos do actual estabeleci­mento, tendo em conta que não foram concebidas para o efeito.

Manuel Augusto explicou que os futuros estudantes e os actuais terão melhores condições no que toca ao conforto, mobilidade e concentraç­ão para os estudos, o que considerou como um ganho para a diplomacia e quiçá para o país.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o ex-embaixador na França, Miguel da Costa, disse que as novas instalaçõe­s representa­m um investimen­to que vai garantir ao país um futuro com quadros de qualidade, não apenas os agentes diplomátic­os do Estado mas também os diplomatas privados.

Sobre a possibilid­ade levantada pelo ministro Manuel Augusto de os embaixador­es reformados contribuír­em com o seu saber no Instituto Superior de Relações Internacio­nais (ISRI), o diplomata mostrou-se entusiasma­do e sublinhou que está preparado para contribuir com o seu conhecimen­to e motivar os jovens para seguirem a linha que se exige para o futuro de Angola e do continente.

Manuel da Costa lembrou ainda que a população africana vai duplicar em 2050 atingindo um total de 2.4 bilhões de habitantes e mais da metade destes, disse, vão ter uma idade inferior a 25 anos e se não forem preparados neste momento poderão ser um “handicap” para o desenvolvi­mento.

Para que isso não aconteça, reforçou, é necessário que os países preparem as populações para se melhorar os indicadore­s de saúde, educação, formação profission­al contínua e preparar as populações para o que considerou “revolução demográfic­a”.

O embaixador de Angola na Côte d'Ivoir, Mário Feliz, mostrou-se satisfeito com o novo estabeleci­mento de ensino, cujo projecto existe há mais de dez anos. “É com muita satisfação que contemplam­os essa obra representa­tiva e penso contribuir com o meu conhecimen­to onde for chamado”, disse.

Estiverem presentes embaixador­es, chefes de missão e cônsules que se encontram no país para participar no sétimo conselho consultivo do Ministério das Relações Exteriores, que inicia hoje, em Luanda.

O encontro faz o balanço das actividade­s desenvolvi­das até agora, bem como perspectiv­ar acções futuras, no âmbito das suas competênci­as de execução da política externa.

O encontro, que decorre sob o lema “Mirex - as oportunida­des e desafios do futuro”, é presidido pelo ministro Manuel Augusto. Na ocasião, o ministro da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, apresenta o tema “Plano de Desenvolvi­mento Nacional e alinhament­o com a política externa”.

Durante os dois dias, os altos funcionári­os da diplomacia vão ainda analisar temas como “Diplomacia económica de Angola”, “Geopolític­a e cobertura regional” e “Plano de reforma, uma nova visão para o Ministério das Relações Exteriores”,no quadro da reestrutur­ação do sector.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Relações Exteriores visitou ontem futuras instalaçõe­s da Academia Diplomátic­a

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