Eleição de João Lourenço confirma as expectativas
A eleição de João Lourenço e a confirmação do seu discurso de combate à corrupção, bajulação, nepotismo, e impunidade, confirmam as expectativas criadas de que Angola está no caminho do progresso, declarou ontem, em Luanda, a docente universitária Laurinda Hoygaard.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a propósito do processo de transição na liderança do MPLA, a docente universitária disse: “a eleição do Presidente João Lourenço e a confirmação do discurso de combate à corrupção, bajulação, nepotismo e impunidade, assim como o estímulo à prática da honestidade, idoneidade e capacidade de trabalho (…) de forma a “fazer uma governação virada para a resolução dos principais problemas da nossa sociedade, da economia e dos cidadãos, confirmam as expectativas já criadas de que Angola está, seguramente, no caminho do progresso”.
Laurinda Hoygaard disse que em termos de processo, José Eduardo dos Santos merece aplausos. Primeiro porque tomou a decisão de abdicar da vida política activa em 2018, quando tinha mandato para permanecer até 2021. Em segundo lugar, pela forma organizada e planificada como a transmissão de poder ocorreu, demonstrando a qualidade da máquina orgânica que é o MPLA e o sentido de dignidade presente na cerimónia do VI Congresso Extraordinário.
“Quanto à essência da transição, ou seja, a eleição do novo presidente, vice-presidente, secretário-geral do MPLA, dos membros do Bureau Político do Comité Central e do Secretariado, assim como da Comissão de Disciplina e Auditoria, a minha opinião é francamente positiva”, indicou a docente, salientando que em termos de “timing”, o processo de transição no MPLA deveria ter acontecido logo após a assinatura dos Acordos de Paz de 2002 ou no período pós eleições de 2012. “Do desperdício destas oportunidades resultaram consequências negativas para o então líder (sem prejuízo dos méritos por este alcançados) e outras proeminentes figuras dos Órgãos de Direcção do MPLA, assim como para o país”, afirmou .
Verdadeiro MPLA
Para o presidente da Associação “Mãos Livres”, Salvador Rodrigues Freire, “temos hoje um verdadeiro MPLA”. “Um partido reformado, jovial, que tem interesse de reencontrar-se com todos os seus militantes, e procura a todo custo congregar outras forças vivas do país”, disse.
“É este o MPLA que interessa a todos nós, rejuvenescido e que vai fazer com que cada militante se entregue cada vez mais, e não aquele MPLA do passado, que estava virado para a bajulação, impunidade e corrupção”, referiu Salvador Freire, salientando que a nova direcção do MPLA eleita durante o congresso extraordinário tem a responsabilidade de conduzir o país a bom porto.
O presidente da Associação “Mãos Livres” disse ainda que o presidente João Lourenço teve uma “grande visão” ao colocar Luísa Damião como vice-presidente do MPLA. “A medida demonstra que há interesse de promover o género e passar o testemunho para outras gerações”, afirmou, acrescentando que o que aconteceu agora com as mudanças no seio do partido também deve, provavelmente, ocorrer na governação.
Para o também jurista, João Lourenço deverá incorporar novas figuras na governação para o bem do próprio partido e credibilidade internacional do país. Economista Laurinda Hoygaard