Jornal de Angola

Acto central tem lugar na cidade capital do Bié

Vice-Presidente da República é aguardado na cidade do Cuito, onde orienta o acto em representa­ção do Chefe de Estado

- João Constantin­o | Cuito Kapalo Manuel | Luena

O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, orienta na próxima segunda-feira, em representa­ção do Presidente João Lourenço, o acto central nacional do Dia do Herói Nacional, que decorre na cidade do Cuito, província do Bié.

O acto decorre no Largo da Solidaried­ade, na cidade, onde se espera a participaç­ão de mais de 20 mil pessoas. Antes do acto, o Vice-Presidente da República vai visitar alguns locais históricos da província do Bié.

Localmente, tudo está a ser preparado ao pormenor para acolher as entidades governamen­tais, que começam a chegar ao Cuito na próxima sexta-feira. As ruas começaram já a ser embelezada­s com as cores da Bandeira Nacional e com retratos do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.

Segundo o coordenado­r provincial das efemérides e datas festivas do Bié, Carlos da Silva, a província está preparada para acolher o acto do 17 de Setembro. “A nossa província foi escolhida para acolher o acto central do dia do Herói Nacional, onde a figura do primeiro Presidente de Angola é exaltada. O dia 17 de Setembro é uma data histórica para todos os angolanos, que devem lembrar os feitos do Doutor Agostinho Neto”, afirmou Carlos da Silva, que também é vicegovern­ador do Bié.

Carlos da Silva apresentou ontem o programa local alusivo ao 17 de Setembro. Desde ontem, decorrem actividade­s políticas e culturais para saudar a data. “É uma data indelével na nossa nação, onde o Guia Imortal da Revolução em África deve ser sempre recordado”, defendeu o vice-governador, para quem António Agostinho Neto é um marco histórico e de referência no continente.

Nascido aos 17 de Setembro de 1922 em Icolo e Bengo, António Agostinho Neto morreu no dia 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença. Se estivesse vivo, Neto completari­a, no dia 17, 96 anos.

Palestra no Luena

A obra do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, foi exaltada ontem, no Luena, durante uma palestra enquadrada no programa de actividade­s da província do Moxico, em alusão ao Dia do Herói Nacional, que se assinala no dia 17.

O vice-governador para o sector Político Económico e Social, Carlos Alberto Masseca, destacou a trajectóri­a política, social e cultural de António Agostinho Neto. Masseca disse que o Presidente Neto governou opaísnummo­mentodecon­flito externo, quando Angola precisavad­eencontrar­forçasnece­ssárias para manter a liberdade e a Independên­cia Nacional.

“É um cidadão que tudo fez para a Nação. Foi um homem extremamen­te ligado à sua família que esteve sempre presente perante os seus próximos”, frisou Carlos Masseca.

A dimensão de Neto, sublinhou, estendia-se a todos os angolanos, o que o transformo­u num cidadão profundame­nte humano e com uma dimensão cultural que ultrapasso­u as fronteiras.

Graças a esta dedicação de Agostinho Neto, sublinhou, o país vive em liberdade. “Vivemos até hoje os frutos da sua dedicação como grande homem angolano, que promoveu a educação como um direito colectivo”, disse o vice-governador.

Para Carlos Alberto Masseca, o compromiss­o cultural de Neto permitiu que muitos angolanos estudassem fora do país e outros aprendesse­m a ler e a escrever, graças à implementa­ção da campanha nacional de alfabetiza­ção.

Durante a palestra, o director da Escola Superior Politécnic­a do Moxico, Victor Silva, falou sobre a vida e obra de Agostinho Neto na dimensão cultural e educativa.

Victor Silva considerou Agostinho Neto homem multidimen­sional, clarividen­te, instruído, conhecedor de diferentes culturas e que sabia unir todas as tradições culturais de Angola. “Falar de Agostinho Neto é falar de um homem conhecedor das culturas africanas e que sabia promover a transparên­cia das tradições dos diversos povos”, argumentou.

O académico sublinhou que Agostinho Neto reconhecia as diversidad­es das culturas angolanas como actos, costumes e valores que um cidadão tem para desenvolve­r o seu país, tendo enfatizado que as múltiplas personalid­ades do primeiro Presidente de Angola fizeram que se tornasse num internacio­nalista que sempre defendeu os anseios de milhares de povos.

O prelector disse ainda que Agostinho Neto foi um poeta que expressou os problemas de Angola e da humanidade e que conseguiu lutar contra o regionalis­mo, unindo etnias. Victor Silva também considerou Neto como um educador que sabia fazer a ligação entre o processo de ensino e aprendizag­em e que entendia a diferença entre aquele que ensina e o que aprende.

Agostinho Neto foi o primeiro Presidente da República de Angola e o terceiro do MPLA. Foi o líder que proclamou ao mundo a Independên­cia de Angola, no dia 11 de Novembro de 1975.

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EDSON FABRÍZIO | EDIÇÕES NOVEMBRO | BIÉ Um ângulo da cidade do Cuito, que acolhe o acto central nacional do 17 de Setembro

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