Olhar para frente com coragem e determinação
A apresentação de alguns males como “inimigos públicos” a abater, por parte do presidente do MPLA e Chefe de Estado, representa o virar de uma página que deve ser assumido por todos. Para que a sociedade angolana seja bem-sucedida com os desígnios que se propõe, nomeadamente inaugurar uma nova fase, urge falar a uma só voz quando se trata de enfrentar e corrigir os erros.
Neste aspecto, é salutar saber que todos os angolanos, sem excepção, convergem na ideia, também avançada por João Lourenço, de que “só construiremos um futuro melhor se tivermos a coragem” de realmente “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem.”
Há uma generalizada percepção do momento de ruptura entre os anos que precederam à actual transição, que começou no Estado, em Setembro de 2017, e agora a nível do partido, e que toda a sociedade pretende assumir para bem de Angola. O importante, nesta empreitada, não é vincular o mal às pessoas relacionadas com o período anterior à transição, mas olhar para frente com coragem e determinação para inverter todo um quadro que não ajuda Angola a progredir. E o diagnóstico das coisas que emperram os efeitos que devem advir da actual transição é simples, tendo sido abertamente apontado pelo presidente eleito do partido no poder. Não são os únicos, a julgar por um universo grande de coisas por corrigir e melhorar, mas devem merecer um tratamento diferenciado porque tais males condicionam tudo e todos.
“Os males a corrigir, e não só, mas sobretudo a combater, são a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade, que se implantaram no nosso país nos últimos anos e que muitos danos causam à nossa economia, afectam a confiança dos investidores, porque minam a reputação e credibilidade do país”, disse João Lourenço.
De facto, devemos todos assumir que, por causa de tais indicadores, grande parte da imagem e credibilidade do país ficou severamente afectada, dificultando de certa forma o interesse e a atenção por parte de potenciais investidores.
Até muito recentemente, quando olhávamos para alguns dos indicadores de numerosas instituições internacionais, a República de Angola continuava exposta a posições menos boas, razão pela qual faz todo o sentido apoiar o presente momento de ruptura. Romper com o passado recente de práticas que não são consentâneas com a estratégia de liderança do Presidente João Lourenço, para retirar o país do contexto de dificuldades em que se encontra, deve ser um desafio de todos. Fazer do combate à corrupção, ao nepotismo, à bajulação, ao tráfico de influências e à impunidade uma tarefa de cada angolana e cada angolano que ali se encontre, com queixas e denúncias, é um pressuposto vital para se inverter o presente quadro. O sucesso deste combate vai ter impacto directo na economia na medida em que os recursos desviados para alimentar tais males vão ser poupados e melhor direccionados.