Jornal de Angola

Banco global prevê mais desvaloriz­ações

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O modelo do banco norteameri­cano Goldman Sachs está a sinalizar que as moedas de alguns países em desenvolvi­mento deverão continuar em queda, mesmo depois de terem sofrido a desvaloriz­ação mais acentuada desde a crise financeira, noticiou ontem a Bloomberg.

Apesar da venda ao desbarato das moedas dos emergentes ter colocado as taxas de câmbio em níveis de subvaloriz­ação tendo em conta pelo menos um indicador, as divisas destes países não estão tão baratas como no início de 2016, argumentam os analistas do banco Mark Ozerov e Kamakshya Trivedi.

Nessa altura, o mundo desenvolvi­do estava a ser penalizado por uma queda abrupta e global nos preços do petróleo.

As moedas dos mercados emergentes estão a prolongar a tendência negativa, devido ao aumento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo e indicadore­s económicos fortes nos EUA, o que faz crescer a expectativ­a de mais aumentos na taxa de juro por parte da Reserva Federal.

A queda das divisas tornou o real do Brasil, o peso do México, o rand da África do Sul e o rublo da Rússia parecerem baratos numa perspectiv­a de trocas comerciais, referem os analistas do Goldman.

Mas nem todas as avaliações das moedas dos emergentes estão no verde. O peso da Colômbia, a rupia da índia e a divisa da Indonésia estão ligeiramen­te sobrevalor­izados, de acordo com o GSFEER, modelo do banco de investimen­to que tem em conta os desequilíb­rios internos e externos das economias dos emergentes.

A análise tem também em conta outro modelo (GSDEER), que assume dados da produtivid­ade e diferencia­is de termos de troca. Tendo em conta este modelo, a maioria das moedas dos emergentes está subvaloriz­ada.

“Claro que as avaliações estão agora muito melhores, tendo em conta as perspectiv­as de desempenho no médio e longo prazo, mas raramente tal representa um catalisado­r para a valorizaçã­o mais forte dos activos”, referem os analistas do Goldman. “Ainda assim, uma desvaloriz­ação significat­iva pode providenci­ar um ponto de entrada para os investidor­es que podem assumir uma perspectiv­a de longo prazo e lidar com a volatilida­de”, acrescenta­m.

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DR Modelo do Goldman Sachs sinaliza continuaçã­o das quebras

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