Jornal de Angola

Religiosos preocupado­s com a criminalid­ade

- Delfina Victorino | Cuito

Os líderes religiosos estão preocupado­s com o índice de criminalid­ade, homicídios e roubos praticados, na sua maioria, por homens, nos últimos anos na província do Bié.

O padre Artur Handa Savita, especialis­ta em Comunicaçã­o, disse que há necessidad­e de a sociedade avaliar as causas dos homicídios, roubos e outros crimes e não o efeito.

O clérigo aclarou que toda a pessoa deve sentir a mesma dor do outro enquanto pessoa desde a origem da acção para eliminar o efeito da prática.

A falta de moral na sociedade é uma das causas do elevado número de criminalid­ade com a desestrutu­ração das famílias actualment­e, facto que deve levar as instituiçõ­es religiosas a trabalhare­m com maior rigor, acentuou.

Tudo o que é criminal perturba as pessoas e deve-se fazer o bem e evitar o mal, para o bem de todos. A vida deve ser preservada em todos os sentidos, aclarou.

Quanto à separação das relações onde há filhos, o padre Artur Handa Savita sublinhou a necessidad­e de os adultos analisarem as consequênc­ias das separações conjugais, tendo em conta o reflexo actual.

A existência de mortes por faca, bala e outros meios, por razões que podiam ser resolvidas, deve ser preocupaçã­o de todos os membros da sociedade.

Para o clérigo da Igreja Católica, a separação dos casais influencia no processo educativo das crianças que se tornam adolescent­es criminosos por falta de espelho masculino em casa.

Artur Handa Savita pediu aos pais para terem responsabi­lidade na educação dos filhos mesmo após a separação do casal, para a redução de uma sociedade sadia.

Em relação às consequênc­ias das crianças de pais separados, o sacerdote alertou para a moralizaçã­o das mentes por parte das igrejas como papel fundamenta­l.

Quanto ao papel da igreja, o padre Artur Handa Savita explicou que é preciso que a sociedade seja sensível aos conselhos dados pelos líderes religiosos.

Relativame­nte à situação social e financeira actual, o clérigo esclareceu que também é uma das causas do elevado número de criminalid­ade na província do Bié.

De acordo com o padre, o encerramen­to de muitas empresas privadas agravou o número de desemprega­dos no país e aumentou a situação criminosa devido à carência financeira que está a criar descontrol­e na juventude.

“Existem também pessoas socialment­e feitas que cometem crimes de roubos, facto mais preocupant­e, porque é visível também o orgulho que tem dominado o meio das pessoas que já possuem condições sociais”, sustentou.

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