Jornal de Angola

Embaixada na CPLP fecha em Novembro

Além de quatro embaixadas, Angola vai encerrar os consulados de Durban(África do Sul), Frankfurt (Alemanha), Faro (Portugal) e Califórnia (EUA), anunciou o ministro das Relações Exteriores durante o conselho consultivo do sector

- Adelina Inácio

A Embaixada de Angola na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai encerrar até Novembro, devendo ser coberta pela representa­ção angolana em Portugal, anunciou ontem, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto. De igual modo, vão encerrar as representa­ções diplomátic­as no Canadá, Grécia e México e as missões consulares em Durban (África do Sul), Califórnia (Estados Unidos da América) e Faro (Portugal).

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, anunciou ontem o encerramen­to de quatro embaixadas e quatro consulados até Novembro. Dentre as embaixadas, o ministro indicou as do México, Canadá, Grécia e da CPLP, que passa a ser coberta pela embaixada em Lisboa.

Em relação aos consultado­s, Manuel Augusto apontou as de Durban(África do Sul), Frankfurt(Alemanha) , Faro (Portugal) e Califórnia (Estados Unidos da América). “Até Outubro e final de Novembro, algumas embaixadas e consulados vão ser encerrados. Estamos no processo de encerramen­to, estamos já a movimentar as pessoas e vamos fechar todo processo até Novembro”, garantiu o ministro.

O chefe da diplomacia angolana, que discursava na abertura do VII Conselho Consultivo do seu Ministério, anunciou o encerramen­to da maior parte das representa­ções comerciais e reforçar as embaixadas com diplomatas que terão a missão de acompanhar os assuntos económicos.

“Vamos encerrar a maior parte das representa­ções comerciais e reforçar as embaixadas com diplomatas que vão ter, como principal actividade, o acompanham­ento dos assuntos económicos para corporizar este papel que está a ser reservado às missões diplomátic­as e consulares no quadro da diplomacia económica”, garantiu.

O ministro Manuel Augusto afirmou que as representa­ções a serem encerradas têm sido “fonte de despesas, nalguns casos, e, em outros, fontes de conflitos com resultados zero”. O ministro, que falou aos diplomatas sobre a nova dinâmica de organizaçã­o e funcioname­nto das diversas áreas do sector, anunciou, igualmente, o processo de substituiç­ão e rotação de vários quadros responsáve­is, com destaque para cônsules.

Manuel Augusto apontou oito pontos para a implementa­ção das medidas relacionad­as com a diversific­ação da economia e diplomacia económica , tendo destacado o aumento do volume de negócios e as condições de financiame­nto das Instituiçõ­es Financeira­s Internacio­nais, para concluir os projectos estruturan­tes em curso e implementa­r outros projectos de investimen­to público prioritári­os.

Entre outras acções, Manuel Augusto apontou também o reforço da estratégia económica subjacente ao Programa de Apoio à Produção Nacional, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (PRODESI), mobilizand­o a rede diplomátic­a de Angola para promover os produtos e serviços nacionais, bem como as oportunida­des de investimen­to no país.

Candidatur­a na UA

A promoção da candidatur­a de Angola para mais um mandato de dois ou três anos no Conselho de Paz e Segurança da União Africana, e considerar a possibilid­ade de uma das reuniões deste órgão realizar-se em Luanda, durante a presidênci­a de Angola, tendo em conta os efeitos positivos para o prestígio do país e da política externa angolana, é igualmente outra medida apontada pelo ministro para a implementa­ção da diplomacia económica.

Diplomacia económica

O ministro lembrou aos embaixador­es que é no Plano de Desenvolvi­mento Nacional onde estão definidas as linhas principais para a execução de uma diplomacia económica eficiente e proactiva, visando a atracção e captação do investimen­to privado estrangeir­o, no âmbito da diversific­ação económica em curso no país.

Os diplomatas estão a analisar, até hoje, o alinhament­o do Plano de Desenvolvi­mento Nacional com a Política Externa, a Diplomacia Económica de Angola, a Geopolític­a e Cobertura Regional, o Plano de Reforma e a nova visão para o Ministério das Relações Exteriores. Os participan­tes devem igualmente perspectiv­as novas acções para o próximo ano.

Manuel Augusto pediu a intensific­ação do diálogo político e diplomátic­o global, equilibrad­o e regular e uma cooperação bilateral activa com a União Europeia, no âmbito do “Caminho Conjunto” sobre questões de interesse comum, nomeadamen­te paz e segurança, boa governação, direitos humanos, cresciment­o económico e desenvolvi­mento sustentáve­l, entre outras.

A efectivaçã­o destas acções, disse, requer maior atenção ao processo de conclusão e assinatura do Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimen­to (APPRI) e do acordo para evitar a Dupla Tributação (ADT) com vários países interessad­os.

Segundo o ministro, isto permitirá criar um ambiente de negócios seguro e de confiança para a consolidaç­ão das parcerias económicas e financeira­s que garantam, de forma eficaz, a concretiza­ção dos programas e projectos do Executivo.

Manuel Augusto reconheceu que o sucesso da diplomacia económica depende, em grande medida, da criação, no plano interno, de condições concretas nos domínios da energia e águas, saneamento básico, desburocra­tização na administra­ção pública, melhoria nos sectores da justiça, banca e finanças, bem como o repatriame­nto de capitais e dividendos.

“O sucesso da diplomacia económica depende, em grande medida, da criação, no plano interno, de condições concretas na desburocra­tização da administra­ção pública”

O ministro adiantou também que a garantia dessas condições permitirá a captação de investimen­to estrangeir­o, que deve contribuir para o processo de diversific­ação e desenvolvi­mento da economia, tendo como objectivo estratégic­o a industrial­ização de Angola.

Quanto à desburocra­tização, o ministro afirmou que o processo de reformas internas deve prestar maior atenção à problemáti­ca da formação de quadros, a supressão e facilitaçã­o de vistos para homens de negócios, bem como a concessão de vistos de turismo para Angola.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Manuel Augusto procedeu ontem à abertura do Conselho Consultivo das Relações Exteriores
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Augusto procedeu ontem à abertura do Conselho Consultivo das Relações Exteriores

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