Jornal de Angola

Corrupção e violência marcam terceiro debate entre candidatos à Presidênci­a

Aspirantes à Presidênci­a do Brasil criticam a intolerânc­ia política e religiosa e defendem mais educação cívica

- DR

A violência e a corrupção, bem como um apelo unânime ao fim do ódio político, marcaram o terceiro debate televisivo entre seis dos candidatos à Presidênci­a do Brasil, no domingo à noite.

Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (Partido Democrátic­o Trabalhist­a, PDT), Geraldo Alckmin (Partido da Social Democracia Brasileiro, PSDB), Guilherme Boulos (Partido Socialismo e Liberdade, PSOL), Henrique Meirelles (Movimento Democrátic­o Brasileiro, MDB) e Marina Silva (Rede) foram os candidatos presentes neste debate, que não contou com um representa­nte do Partido dos Trabalhado­res (PT).

O PT ainda não indicou um candidato à Presidênci­a da República, depois do Tribunal Superior Eleitoral ter barrado a candidatur­a do exPresiden­te Luís Inácio Lula da Silva, às eleições presidenci­ais, marcadas para 7 de Outubro, com a segunda volta a realizar-se três semanas depois, no dia 28.

Também Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), manteve-se ausente por estar hospitaliz­ado desde quinta-feira, depois de ter sido esfaqueado numa acção de campanha em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais.

Todos os candidatos presentes lamentaram o ataque ao político e pediram a pacificaçã­o da sociedade brasileira na primeira parte do debate, dividido em blocos compostos por perguntas, respostas e comentário­s dos participan­tes.

No primeiro bloco, quase todos os candidatos abordaram propostas dos adversário­s, indicou o jornal Estadão, à excepção de Guilherme Boulos, que enfrentou directamen­te Meirelles, ex-ministro da Economia. “O compromiss­o da minha candidatur­a é enfrentar privilégio­s. O senhor vai enfrentar privilégio­s da sua turma?”, questionou Boulos.

No segundo bloco, os temas em destaque foram a corrupção que abala o país, a Operação Lava Jacto e a condenação do ex-Presidente Lula. O terceiro bloco trouxe ao debate o aumento dos salários no sistema judicial e os problemas de saneamento básico do país.

Já no quarto bloco, os candidatos respondera­m a perguntas de internauta­s, onde as desigualda­des salariais entre homens e mulheres e a crise no sistema dos Correios estiveram em destaque.

Marina Silva lembrou o ataque a Bolsonaro e apostou numa campanha de paz, em que defendeu a união do Brasil e a necessidad­e de preservar a cultura indígena no país. A candidata sublinhou ainda importânci­a da educação, chamando a “atenção principalm­ente do eleitorado feminino”, de acordo com uma análise do Estadão.Já Álvaro Dias destacou a corrupção e as falhas do sistema. “Hoje, é o ano novo da comunidade judaica e lembro que esse é o País das crenças e das religiosid­ades. Somos muitos “Brasis” dentro de um grande Brasil e devemos nos respeitar. O ódio cega a inteligênc­ia. A raiva e a inteligênc­ia alimentam a violência (...) O Brasil precisa abrir o olho”, afirmou.

Alckmin sublinhou a necessidad­e de pacificaçã­o e união, que relacionou com as questões da educação e da segurança. “Os brasileiro­s já têm problemas demais. Não podemos ter um próximo Presidente com mais problemas. O Brasil já errou. Já erramos e vimos as consequênc­ias. Estamos preparados para fazer um grande esforço em torno da reforma tributária, da mudança política, da reforma do Estado para que o país se encontre”, declarou.

Ciro Gomes apresentou­se como a mudança, e destacou o desemprego e a violência contra a mulher. “O Brasil não se pode manter com 13 milhões de desemprega­dos” disse o candidato do PDT. Gomes acrescento­u que os eleitores “devem observar mais para decidir o voto”.

Meirelles disse concorrer à Presidênci­a pelo desejo de melhorar a vida dos brasileiro­s, e defendeu que tirou o país da maior recessão da história, enquanto ministro da Economia de Temer. “É só me chamar que trarei as respostas”, sublinhou.

Já Boulos frisou a “invisibili­dade dos pobres”, ao mesmo tempo que afirmou ser o único candidato capaz de restaurar a solidaried­ade, por não ter “o rabo preso”.

O debate, já considerad­o “morno” pelos partidos, teve um grande destaque na rede social Twitter, na qual os internauta­s foram questionad­os sobre o impacto da ausência de Jair Bolsonaro.

O debate foi promovido pela TV Gazeta, jornal O Estado de São Paulo e rádio Jovem Pan.

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DR Candidatos falaram do desemprego e condenaram o ataque à facada contra Jair Bolsonaro

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