Ex-militares e deficientes inseridos em projectos sociais
Desde 2003, o Governo disponibilizou cerca de sete milhões de dólares para a implementação de projectos
Um total de 25. 714 pessoas com deficiência, ex-militares, foi inserido em actividades produtivas em todo o país, no âmbito da implementação do projecto “Vem Comigo”, em curso desde 2003, levado a cabo pela Associação Nacional dos Deficientes de Angola (ANDA).
Para a implementação do Projecto “Vem Comigo”, o Governo de Angola disponibilizou cerca de sete milhões de dólares, através dos departamentos ministeriais da Assistência e Reinserção Social e Defesa Nacional, que serviram para a aquisição de kites profissionais, imputes agrícolas, meios de transporte e outros.
O presidente da ANDA, Silva Lopes Etiambulo, considerou satisfatório o nível de execução dos projectos de agricultura, pescas, artes e ofícios, formação profissional e prestação de serviços, implementados nas províncias do Cuanza-Sul e Benguela.
De acordo com o presidente da ANDA, a implementação do projecto “Vem
Comigo” compreendeu até ao momento actual a cinco fases, estando em curso a sexta fase que vai incidir na consolidação das acções ja realizadas em 10 das 18 províncias do país.
“Desde 2003, que temos vindo a implementar o projecto “Vem Comigo” e a avaliação que podemos fazer é positiva, apesar de não termos atingido as províncias da Lunda-Norte e do Cuando Cubango, mas a seu tempo vamos chegar lá”.
Silva Lopes Etiambulo disse que a sexta fase do projecto, a vigorar até 2022, prevê ampliar a implementação do projecto e maximizar os resultados alcançados.
Venda de bens vai ser penalizado
O presidente da ANDA, Silva Lopes Etiambulo, considerou a alienação pelos beneficiários de bens oferecidos pelo Estado, um comportamento negativo que vai levar à penalização de seus autores.
“Temos registado muitos casos em que algumas pessoas portadoras de deficiência recebem bens do Estado e vendem a terceiros, ficando sempre na condição de vulnerabilidade”, disse Silva Etiambulo, para quem os infractores serão obrigados a comprar os equipamentos outrora vendidos para poderem continuar a trabalhar no quadro do projecto de reinserção social e produtiva.
A ANDA se propõe trabalhar com os assistidos para a melhoria das suas condições sociais básicas e advoga junto do Executivo o acesso à formação, emprego e acções empreendedoras
Silva Lopes Etiambulo mostrou-se decepcionado com a atitude demonstrada por parte de alguns assistidos e apelou para a necessidade de “não se trocar a consciência pela deficiência” e fez saber que “não há nenhuma lei que impede a responsabilização criminal do deficiente de guerra.” Para os próximos tempos, a ANDA se propõe trabalhar com os assistidos para a melhoria das suas condições sociais básicas e advoga junto do Executivo o acesso à formação, emprego e acções empreendedoras.