Jornal de Angola

Sem prejuízos em mais de uma década

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Para sustentar o argumento da decisão política na declaração de falência pelos accionista­s do BESA, Álvaro Sobrinho afirmou ao “Grande Entrevista” que, de 2002 a 2013, quando iniciou e encerrou as operações, o banco não registou prejuízos.

“Nem sei se o BESA faliu”, declarou o antigo presidente da comissão executiva, notando que, em 2010, o banco foi o primeiro a superar a barreira dos 400 milhões de dólares em lucros e chegou a ser o maior em activos, com dez mil milhões de dólares, fundos próprios de mil milhões e operações em apenas 34 agências.

Além disso, a declaração de falência teve como fonte única os accionista­s, não sendo corroborad­a por organismos independen­tes nacionais ou internacio­nais, estatais ou auditores. Em 2011, uma auditoria de Banco Central Europeu (BCE) não notou indícios ou tendências para a insolvênci­a.

Os relatórios da empresa internacio­nal de auditoria e consultori­a KPMG de 2011 e 2012 não manifestam quaisquer reservas quanto à operação do BESA e o de 2013 declarava que os rácios de solvência estavam alinhados ao estabeleci­do pelo Banco Nacional de Angola.

Contradito­riamente ironizou, o BESA declarado insolvente pelos accionista­s com uma carteira de crédito de 6,5 mil milhões de dólares em 2013, deu lugar ao Banco Económico que elevou a carteira para nove mil milhões. A declaração de falência, concluiu Álvaro Sobrinho, “só faz sentido se a nível dos accionista­s maioritári­os houve uma concertaçã­o” do ponto de vista político ou do seus interesses.

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