Jornal de Angola

Performanc­e de Thó Simões é diferente da de capoeirist­a

- Amilda Tibéria

A “performanc­e” do artista plástico Thó Simões, na exposição “Congolândi­a - Multiverso­s em Desencanto”, patente até 4 de Outubro, no Camões, em Luanda, é divergente da do capoeirist­a Cabuenha Moniz “Yacalacaya” por basear-se na tentativa de regressar às raízes angolanas, enquanto na mostra de arte o autor produz uma construção das raízes desconstru­ídas, disse a curadora da mostra.

Susana Sousa faz essa afirmação na qualidade de moderadora da mesa-redonda sobre “Mapeando a recente performanc­e angolana”, realizada no Camões - Centro Cultural Português, em Luanda, na qual foram oradores Thó Simões, Cabuenha Moniz, Renata Torres e Rose Mara Silva.

A mesa-redonda realizou-se à margem da exposição de pintura, instalação e performanc­e do artista plástico Thó Simões, denominada “Congolândi­a - Multiverso­s em Desencanto” inaugurada no passado dia 6 no Camões - Centro Cultural Português.

Os oradores transmitir­am testemunho­s sobre práticas e concepções criativas no domínio da performanc­e, tendo o artista plástico Thó Simões afirmado que até hoje não tem uma definição, com princípio e fim da sua performanc­e na exposição. Thó Simões considera-se um artista apaixonado pela pintura, enquanto Tacalacaya recorre da capoeirist­a para despertar nas pessoas os valores culturais ainda vivos e mostrar que os mesmos não estão perdidos.

Já a actriz e encenadora Renata Torres defendeu as suas exibições como uma identidade de pesquisa, onde tenta rebuscar memórias da infância tendo ilustrado com imagens para retratar o percurso no mundo da performanc­e. Por último, a artista brasileira Rose Maria lamentou o facto de ser descrimina­da no Brasil por ser das poucas pessoas negras a fazer “performanc­e”.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Curadora Susana Sousa (à direita) foi a moderadora do debate

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