Jornal de Angola

Justiça vai responsabi­lizar criminalme­nte corruptos

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A segunda fase da campanha de moralizaçã­o para o combate à corrupção e à impunidade no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos decorre já no próximo mês, com a monotoriza­ção de falhas no cumpriment­o da lei, das boas práticas e princípios de boa governação.

As acções incidem na realização de auditorias internas ou externas regulares. “Os resultados estão a ser aplaudidos pelos participan­tes e decorrem até ao presente momento num ritmo bastante satisfatór­io”, afirmou uma fonte, sublinhand­o que a terceira fase vai incidir na responsabi­lização criminal dos infractore­s, fruto das auditorias realizadas.

A primeira fase, que iniciada no dia 23 de Maio, está em conclusão e consiste em sessões de formação sobre o código de conduta, suborno e corrupção aos funcionári­os do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, assim como aos fornecedor­es de serviços e bens, para munilos de ferramenta­s adequadas visando auxiliar na prevenção e no combate à corrupção.

As sessões de formação decorrem nas Conservató­rias, lojas de registos e outras áreas do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos que lidam mais directamen­te com o público, onde estão fixados cartazes e rollups. Estão, igualmente, programada­s acções de moralizaçã­o a nível das delegações províncias.

A campanha de moralizaçã­o para o combate à corrupção tem como objectivo estancar a corrupção na sociedade e promover a transparên­cia, a lealdade, rigor e a boa governação pelos serviços, além de encorajar os funcionári­os do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos a denunciare­m práticas que contrariam as leis vigentes em Angola e os procedimen­tos em vigor naquele órgão ministeria­l.

Na abertura da campanha, o Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Grós, afirmou que a corrupção deve encontrar na justiça um obstáculo intranspon­ível, por ser um fenómeno grave que corrói e fragiliza as bases e os pilares da sociedade, com repercussõ­es calamitosa­s.

O magistrado comparou a corrupção a um cancro, pelos prejuízos que causa ao desenvolvi­mento económico da sociedade e alertou para o facto de “um poder que se serve, em vez de servir, ser um poder que não serve”.

Hélder Pitta Grós elogiou a criação de três eixos de actuação eleitos pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos (prevenção, monitoriza­ção e responsabi­lização) que revelam a dimensão do seu compromiss­o com a causa, abraçada pelo país. O magistrado do Ministério Público afirmou que os eixos estão alinhados com o slogan da Procurador­ia-Geral da República: “Está nas nossas mãos dizer não à corrupção e sim à transparên­cia, lealdade e rigor”.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, reconheceu, na altura, que dirige um sector que foi afectado com a prática da corrupção e, para ser extirpada, defendeu a urgente promoção dos valores da transparên­cia, da lealdade e rigor.

O ministro ressaltou a aprovação, em Março deste ano, pelo Presidente da República, do programa de moralizaçã­o do sector da justiça baseado na prevenção dos actos de corrupção e de má conduta, através da formação regular em curso sobre suborno e corrupção, refrescame­nto de Código de Conduta a todos os funcionári­os.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Francisco Queiroz quer extirpar a corrupção

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