Caso Robertinho quase no Tribunal
O processo-crime contra o músico Robertinho, por suspeita de tráfico de droga, já está, há dois meses, no Tribunal Provincial de Luanda, à espera de julgamento, afirmou, ontem, ao Jornal de Angola, o porta-voz da direcção nacional do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
O subcomissário Tomás Agostinho adiantou que o SIC terminou a fase de instrução preparatória e remeteu o processo ao Tribunal, onde, a qualquer momento, pode começar a sessão de audição dos implicados para a descoberta da verdade material.
Além do músico Robertinho estão também indiciados dois indivíduos que o cantor afirma serem as pessoas que lhe entregaram, num aeroporto brasileiro, duas malas, em cujo interior havia droga.
O porta-voz do SIC acentuou que, a partir do momento da entrega do processo ao Tribunal, a instituição de Investigação Criminal deixou de ter informações adicionais em relação ao caso.
Tomás Agostinho declarou que, até Junho, mês em que o processo deu entrada no Tribunal Provincial de Luanda, o SIC ainda não tinha detido os dois indivíduos que terão dado as duas malas a Robertinho.
A Rádio Luanda informou ontem que os dois suspeitos se apresentaram voluntariamente ao Serviço de Investigação Criminal, onde foram constituídos arguidos, mas aguardam o julgamento em liberdade.
O porta-voz do SIC admitiu a possibilidade de o Tribunal ter realizado também diligências com o objectivo de esclarecer detalhes sobre o processo na fase de instrução contraditória.
O músico Robertinho foi detido em Março, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, quando embarcava para o Brasil. O conhecido músico não seguiu viagem devido a um mandado de captura emitido pelo Ministério Público, por não ter sido localizado na altura em que duas malas em seu nome ficaram na área de perdidos e achados do aeroporto em 2017.
O caso remonta a Novembro de 2017, data em que o músico Robertinho regressou de uma actividade cultural no Brasil, com duas malas, onde foram encontrados nove quilos de cocaína.
Quando o mandado foi emitido não se sabia que se tratava de uma pessoa conhecida do público, o que se veio a saber quando o músico, cujo nome é Fernando Lucas da Silva, embarcava para o Brasil em Março, tendo recebido ordem de prisão no Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”.
Quando foi detido, o músico alegou que as pastas não eram suas e que foram entregues por dois jovens que lhe solicitaram para despachar para Luanda.