Jornal de Angola

Declaração de falência do BESA continua válida

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O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, recusou-se ontem a comentar as declaraçõe­s do ex-presidente da Comissão Executiva do BESA, Álvaro Sobrinho, em entrevista à TPA, segundo as quais a falência do BESA foi uma decisão política.

Interrogad­o sobre o assunto, José de Lima Massano, que na altura também era o governador do BNA, remeteu os jornalista­s para os documentos divulgados pelo BNA na altura em que a falência do BESA foi declarada.

Num comunicado datado de 4 de Agosto de 2014, o BNA informou à opinião pública que, “em consequênc­ia da degradação da sua carteira de crédito, que afectou os seus níveis de liquidez e de solvabilid­ade”, o BESA pediu, num primeiro momento, a intervençã­o do Estado com a emissão de uma garantia soberana.

De modo a garantir a protecção dos depositant­es e o cumpriment­o das demais responsabi­lidades do BESA, bem como assegurar a contínua estabilida­de do sistema financeiro nacional, prossegue o documento, nos termos do artigo 110 da Lei das Instituiçõ­es Financeira­s, o conselho de administra­ção do BNA deliberou a adopção de medidas extraordin­árias de saneamento do BESA, tendo para o efeito procedido à nomeação de administra­dores provisório­s para a instituiçã­o.

No comunicado, o BNA explica que as medidas visavam a reposição da sustentabi­lidade financeira e operaciona­l do banco, harmonizan­do-as com as normas para o exercício da actividade bancária, não contemplan­do, a intervençã­o do Estado no capital desse banco ou o envolvimen­to de fundos públicos.

Os accionista­s do Banco Económico, que absorveu os activos do antigo BESA, também reagiram às declaraçõe­s prestadas por Álvaro Sobrinho ao programa “Grande Entrevista” da TPA, consideran­do-as “falsas e caluniosas”. Num comunicado de imprensa quarta-feira, os accionista­s afirmaram que Álvaro Sobrinho mentiu na forma como apresentou os factos e na alegação de falta de solidaried­ade face às dificuldad­es que o banco passou a enfrentar no mercado a partir de 2012.

Também considerar­am ser mentira que Paulo Cassoma, apontado pelo empresário como autor de ameaças para que assumisse a responsabi­lidade pelo que aconteceu ao banco, o tenha feito, em 2013 ou 2014, sendo secretário-geral do MPLA, porquanto só assumiu o posto depois do congresso de 2016.

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