Jornal de Angola

Dirigentes mundiais rendem última homenagem a Annan

- Garrido Fragoso | Acra

A urna com os restos mortais do antigo Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, repousam desde o final da tarde de ontem no cemitério militar de Accra, no Ghana.

Os momentos que antecedera­m a descida da urna à sepultura foram preenchido­s, no Centro Internacio­nal de Conferênci­as de Accra, com uma ampla homenagem a Kofi Annan.

O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, que já regressou ao país, represento­u o Chefe de Estado na cerimónia, onde também marcou presença o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e os Presidente­s da Namíbia, Libéria, Costa do Marfim, Zimbabwe e do Níger.

Antigos estadistas como o moçambican­o Joaquim Chissano e o timorense José Ramos Horta, também participar­am da cerimónia, onde estava, igualmente, o antigo Presidente do Ghana, Jerry Rawling, considerad­o o principal responsáve­l pela estabiliza­ção social e económica daquele país, tendo promovido, em grande escala, a produção do cacau, ouro, madeira e, sobretudo, do turismo, principais fontes de obtenção de receitas estatais.

Vários momentos marcaram a cerimónia de homenagem a Kofi Annan, que decorreu sob o signo “Celebração do Icone Global’’ , aberta uma missa. Antes houve a apresentaç­ão de condolênci­as à viúva e familiares próximos do malogrado.

A leitura da extensa e invejável biografia de Kofi e das mensagens de várias organizaçõ­es, incluindo os discursos do Secretário-geral da ONU, António Guterres, e do Chefe de Estado do Ghana, Akuffo Addo, também marcaram a cerimónia de cerca de três horas.

António Guterres e Akuffo Addo elogiaram a verticalid­ade e imparciali­dade de Kofi Annan, em prol da pacificaçã­o e estabiliza­ção de muitas regiões do Globo.

“Kofi Annan era as Nações Unidas, e as Nações Unidas eram Kofi Annan’’, afirmou António Guterres numa das passagens do discurso, que mereceu aplausos demorados.

O Presidente do Ghana considerou Annan “poliglota, diplomata experiente, político e exímio negociador de causas justas’’. Para si, o Prémio Nobel da Paz 2001 era a voz dos mais desfavorec­idos.

Mensagem angolana

Uma mensagem do Chefe de Estado angolano, que exprime os sentimento­s de pesar e solidaried­ade para com o povo do Ghana, na sequência do desapareci­mento físico do antigo Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi ontem, em Acra, entregue ao homólogo ghanense, pelo VicePresid­ente da República.

Bornito de Sousa confirmou a entrega do documento à imprensa, momentos antes de deixar a capital ghanense, onde, durante dois dias, represento­u o Chefe de Estado nas cerimónias fúnebres de Kofi Annan, falecido em Agosto, na Suíca, aos 80 anos.O VicePresid­ente destacou o papel desempenha­do por Kofi Annan na pacificaçã­o de Angola e libertação de Timor Leste, salientand­o que o antigo Secretário-geral da ONU foi uma entidade bastante querida por todos os ghanenses, cujo percurso profission­al à frente da maior organizaçã­o política internacio­nal marcou África e o mundo.

Bornito de Sousa comparou as actividade­s fúnebres organizada­s pelas instituiçõ­es ghanenses com as cerimónias feitas aquando da morte do líder histórico da África do Sul, Nelson Mandela. “Sentimos na cerimónia de homenagem unidade e unanimidad­e em torno do papel e da relevância de Kofi Annan’’, afirmou o Vice-Presidente da República. Kofi Annan foi o segundo africano a exercer o alto cargo de Secretário-geral das Nações Unidas, depois de Boutros Ghali, do Egipto.

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DR Cerimónia fúnebre foi marcada por vários momentos

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