Homenagear Neto todos os dias em cada atitude
Conhecer melhor o papel de grande destaque na história da nossa Nação e que levou à proclamação da nossa Independência pelo primeiro Presidente de Angola é uma necessidade incontornável, para que o povo angolano compreenda melhor o presente e possa, desde logo, planificar um futuro melhor. Todos nós sabemos que a vida e obra de Agostinho Neto é conhecida e respeitada até entre os seus adversários, pois é uma trajectória percurso por relação ao tempo - que se confunde com a história de luta do povo angolano e africano contra o colonialismo, a segregação racial e a opressão contra os povos. Aquela noite, em que o Presidente Neto anunciou ao mundo que nascia um país que queria ser livre e soberano, é parte dessa história de vida e da nossa Nação. É preciso que em todo o País os feitos de Agostinho Neto sejam valorizados, pois o dia do patrono da nossa Independência é muito mais que um simples feriado. Neste dia, cada angolano deve fazer uma profunda reflexão sobre aquilo que quer e aquilo que faz para que possamos, todos juntos, construir uma Nação melhor e inclusiva. Recentemente, no VI Congresso Extraordinário do MPLA, o Presidente João Lourenço prestou um relevante serviço à nossa História, não apenas pela transição política no partido MPLA, mas principalmente pelo facto de fazer uma clara demarcação com certas atitudes de bajulação que se implantaram entre nós nos últimos anos, ao sublinhar o papel de grande destaque desempenhado por Agostinho Neto e que levou à proclamação da nossa Independência no dia onze de Novembro de 1975, sem sombra de dúvidas, segundo palavras do Presidente João Lourenço, a nossa maior conquista enquanto povo, desde o momento em que o primeiro ocupante europeupisouonossosolosagradoem1482.Foiumactodejustiçahistórica e de clarificação de que, no calendário de datas de celebração nacional, o Dia da Independência carrega a maior e especial simbologia. Agostinho Neto é o protagonista maior e as comemorações do seu centenário, em dois mil e vinte dois, vão mostrar isso mesmo. O Presidente João Lourenço disse também que Neto deve ser homenageado todos os dias das nossas vidas, em cada atitude que tomamos perante o próximo e a Nação. Deste modo, homenagear Neto é estar preparado e consciente para a necessidade das reformas estruturais em curso para vencer a crise e colocar a economia a funcionar. É estar pronto a consentir os sacrifícios que tais transformações exigem de toda a sociedade. Valorizar os feitos do fundador da Nação é perceber também que a cidadania (ser angolano) contempla direitos, mas também exige deveres, como o pagamento de impostos e taxas, rendas de casa, comparticipação nas despesas sociais, voluntariado, filantropia e reforço do espírito comunitário. A atitude de combate à demagogia e a desmistificação do populismo e o espírito de dependência relativamente ao “estado-providência,” exaltando o valor e a importância do trabalho, são garantidamente uma maneira simples de honrar o Herói Nacional. Outras das atitudes dignas de homenagear Agostinho Neto, nos nossos dias, é a denúncia e combate ao vandalismo e à destruição dos bens e equipamentos públicos em geral, que cresce assustadoramente em todo o país com fins escusos. Reconhecer os feitos de Neto em cada dia e atitude perante o próximo e a Nação é sobretudo valorizar os casos de sucesso nas diversas esferas da vida nacional e os bons exemplos, seja de instituições, seja de cidadãos. Ainda é vivo entre os angolanos que amam o nosso país o discurso que Neto proferiu na cerimónia de proclamação da Independência do país. Quando naquela noite foi proclamada ao mundo a Independência de Angola, toda a Região Austral foi revigorada na luta. Daí a importância de compreendermos que Neto vive sempre que Angola é vista pelos países vizinhos como um importante actor regional. A história de Neto ultrapassa as fronteiras de Angola, pois é conhecida no contexto africano e mundial pelasuapráticaeoseuexemplodelutaporideaisnobresdeindependência e igualdade entre os povos. São exemplos que servem de impulso à luta daqueles que, em todo o planeta, ainda sofrem com a submissão à humilhação,aoobscurantismoeàexploração.Nastribunasinternacionais avozdeNetoaindaecoaemformadedenúnciaàssituaçõesdedominação colonial,neocolonial,pelaLibertaçãoNacional,emdefesadaindependência total dos Povos, mas sobretudo pela consolidação de relações justas entre ospaísesepelaconquistaemanutençãodapazcomoelementoindispensável ao desenvolvimento das nações. Agostinho Neto deixou-nos também um legado cultural, pois foi também um homem de cultura esclarecido. Através da cultura promoveu as manifestações vivas das aspirações dos oprimidos. A sua poesia, e não só, foi uma verdadeira arma para denunciar a injustiça. O legado cultural de Neto é, até aos dias de hoje, um instrumento para a reconstrução da nova vida. * Eduardo Magalhães - Director Nacional de Comunicação Institucional. A sua opinião não engaja o MCS