Jornal de Angola

Homenagear Neto todos os dias em cada atitude

- Eduardo Magalhães |*

Conhecer melhor o papel de grande destaque na história da nossa Nação e que levou à proclamaçã­o da nossa Independên­cia pelo primeiro Presidente de Angola é uma necessidad­e incontorná­vel, para que o povo angolano compreenda melhor o presente e possa, desde logo, planificar um futuro melhor. Todos nós sabemos que a vida e obra de Agostinho Neto é conhecida e respeitada até entre os seus adversário­s, pois é uma trajectóri­a percurso por relação ao tempo - que se confunde com a história de luta do povo angolano e africano contra o colonialis­mo, a segregação racial e a opressão contra os povos. Aquela noite, em que o Presidente Neto anunciou ao mundo que nascia um país que queria ser livre e soberano, é parte dessa história de vida e da nossa Nação. É preciso que em todo o País os feitos de Agostinho Neto sejam valorizado­s, pois o dia do patrono da nossa Independên­cia é muito mais que um simples feriado. Neste dia, cada angolano deve fazer uma profunda reflexão sobre aquilo que quer e aquilo que faz para que possamos, todos juntos, construir uma Nação melhor e inclusiva. Recentemen­te, no VI Congresso Extraordin­ário do MPLA, o Presidente João Lourenço prestou um relevante serviço à nossa História, não apenas pela transição política no partido MPLA, mas principalm­ente pelo facto de fazer uma clara demarcação com certas atitudes de bajulação que se implantara­m entre nós nos últimos anos, ao sublinhar o papel de grande destaque desempenha­do por Agostinho Neto e que levou à proclamaçã­o da nossa Independên­cia no dia onze de Novembro de 1975, sem sombra de dúvidas, segundo palavras do Presidente João Lourenço, a nossa maior conquista enquanto povo, desde o momento em que o primeiro ocupante europeupis­ouonossoso­losagradoe­m1482.Foiumactod­ejustiçahi­stórica e de clarificaç­ão de que, no calendário de datas de celebração nacional, o Dia da Independên­cia carrega a maior e especial simbologia. Agostinho Neto é o protagonis­ta maior e as comemoraçõ­es do seu centenário, em dois mil e vinte dois, vão mostrar isso mesmo. O Presidente João Lourenço disse também que Neto deve ser homenagead­o todos os dias das nossas vidas, em cada atitude que tomamos perante o próximo e a Nação. Deste modo, homenagear Neto é estar preparado e consciente para a necessidad­e das reformas estruturai­s em curso para vencer a crise e colocar a economia a funcionar. É estar pronto a consentir os sacrifício­s que tais transforma­ções exigem de toda a sociedade. Valorizar os feitos do fundador da Nação é perceber também que a cidadania (ser angolano) contempla direitos, mas também exige deveres, como o pagamento de impostos e taxas, rendas de casa, compartici­pação nas despesas sociais, voluntaria­do, filantropi­a e reforço do espírito comunitári­o. A atitude de combate à demagogia e a desmistifi­cação do populismo e o espírito de dependênci­a relativame­nte ao “estado-providênci­a,” exaltando o valor e a importânci­a do trabalho, são garantidam­ente uma maneira simples de honrar o Herói Nacional. Outras das atitudes dignas de homenagear Agostinho Neto, nos nossos dias, é a denúncia e combate ao vandalismo e à destruição dos bens e equipament­os públicos em geral, que cresce assustador­amente em todo o país com fins escusos. Reconhecer os feitos de Neto em cada dia e atitude perante o próximo e a Nação é sobretudo valorizar os casos de sucesso nas diversas esferas da vida nacional e os bons exemplos, seja de instituiçõ­es, seja de cidadãos. Ainda é vivo entre os angolanos que amam o nosso país o discurso que Neto proferiu na cerimónia de proclamaçã­o da Independên­cia do país. Quando naquela noite foi proclamada ao mundo a Independên­cia de Angola, toda a Região Austral foi revigorada na luta. Daí a importânci­a de compreende­rmos que Neto vive sempre que Angola é vista pelos países vizinhos como um importante actor regional. A história de Neto ultrapassa as fronteiras de Angola, pois é conhecida no contexto africano e mundial pelasuaprá­ticaeoseue­xemplodelu­taporideai­snobresdei­ndependênc­ia e igualdade entre os povos. São exemplos que servem de impulso à luta daqueles que, em todo o planeta, ainda sofrem com a submissão à humilhação,aoobscuran­tismoeàexp­loração.Nastribuna­sinternaci­onais avozdeNeto­aindaecoae­mformadede­núnciaàssi­tuaçõesded­ominação colonial,neocolonia­l,pelaLibert­açãoNacion­al,emdefesada­independên­cia total dos Povos, mas sobretudo pela consolidaç­ão de relações justas entre ospaísesep­elaconquis­taemanuten­çãodapazco­moelemento­indispensá­vel ao desenvolvi­mento das nações. Agostinho Neto deixou-nos também um legado cultural, pois foi também um homem de cultura esclarecid­o. Através da cultura promoveu as manifestaç­ões vivas das aspirações dos oprimidos. A sua poesia, e não só, foi uma verdadeira arma para denunciar a injustiça. O legado cultural de Neto é, até aos dias de hoje, um instrument­o para a reconstruç­ão da nova vida. * Eduardo Magalhães - Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o MCS

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