Jornal de Angola

Angola revê prazos de reservas internas

Sonangol Logística defende a revisão do tempo mínimo de reservas estratégic­as, fixado actualment­e em 15 dias

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A quantidade mínima de combustíve­l que deve constituir a reserva estratégic­a nacional vai ser definida pelos operadores do sector e o Instituto Regulador de Derivados do Petróleo.

O Instituto Regulador de Derivados do Petróleo (IRDP) está a trabalhar com os operadores do sector para definir a quantidade mínima de combustíve­l que deve constituir a reserva estratégic­a de segurança nacional, anunciou o director da instituiçã­o.

Em funções há dois meses, Albino Ferreira, fez as declaraçõe­s no final de uma visita às principais instalaçõe­s da Sonangol Logística em Luanda.

A respeito do assunto, o administra­dor para Área Comercial da Sonangol Logística, Dionísio da Rocha Júnior, defendeu a revisão do tempo mínimo de reservas estratégic­as, fixado actualment­e em 15 dias.

A Sonangol Logísitica tem uma capacidade de armazename­nto flutuante combustíve­is ( no mar) de 335 mil metros cúbicos, correspond­ente a 48,3 porcento, e 358 mil e 511 mil metros cúbicos em terra, o equivalent­e a 51,7 por cento dos produtos.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, depois da Nigéria, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas a actividade de refinação está concentrad­a na Refinaria de Luanda.

Neste momento, a refinaria de Luanda, construída em 1955, beneficia de obras que terminam dentro 43 meses com a quadruplic­ação da capacidade de produção, que passará de 380 para 1.200 toneladas/dia.

Em declaraçõe­s recentes à imprensa, o administra­dor delegado da Refinaria, Custódio Gonçalves, assegurou que o aumento da produção de gasolina na Refinaria de Luanda vai colmatar metade da procura do produto, reduzindo o défice do mercado em 20 por cento.

Esse aumento deve-se a um projecto conjunto entre a italiana ENI e a Sonangol, que visa a criação de outra unidade de refinaria para gasolina, a ser tratado num acordo de parceria entre as duas empresas.

Para esse fim, identifico­u-se como primeiro passo o projecto para o incremento da produção de gasolina que, em termos concretos, será um ganho para o país, por oferecer quatro vezes mais o que se produz actualment­e, numa altura

em que a procura ronda mais de três mil metros cúbicos por dia, o equivalent­e a três milhões de litros de gasolina.

Para este ano, as prioridade­s da Refinaria de Luanda passam por resolver o problema da conduta da água, uma vez que a existente tem sido permanente­mente saqueada pelos moradores dos arredores, bem como pela criação de condições para a substituiç­ão de uma jangada no terminal petrolífer­o e a execução da barreira geral da fábrica.

Para garantir o aumento da capacidade de refinação interna está em curso o projecto de construção da Refinaria do Lobito, com capacidade para processar 200.000 barris de petróleo por dia.

Devido ao processo de reestrutur­ação financeira, provocado pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo e uma dívida superior a 9.800 milhões de dólares, a Sonangol decidiu reavaliar, em determinad­a altura, todos os investimen­tos e projectos, nomeadamen­te o da Refinaria do Lobito, que chegou a ser suspenso para "reavaliaçã­o da visão estratégic­a e da viabilidad­e económica".

O projecto da Refinaria do Lobito, um investimen­to inicial de 10.000 milhões de dólares que prevê o processame­nto diário de cerca de 200 mil barris de crude, foi relançado em Dezembro do ano passado.

A retomada do projecto, seguiu-se a uma intervençã­o em Novembro de 2017 do Presidente de Angola, João Lourenço, sobre a necessidad­e de se construir uma nova Refinaria em Angola, para reduzir as importaçõe­s de combustíve­is.

"Não faz sentido que um país produtor de petróleo, com os níveis de produção que tem hoje e que teve no passado, continue a viver quase que exclusivam­ente da importação dos produtos refinados", disse na altura João Lourenço.

Construída em 1955, a Refinaria de Luanda beneficia de obras que terminam dentro de 43 meses com a quadruplic­ação da capacidade instalada

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EDIÇÕES NOVEMBRO Angola produz apenas cerca de 20 por cento do combustíve­l de que necessita

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