Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ESPERANÇA ALFREDO Ingombota LÚCIO BEMBE Rangel SÉRGIO JOAQUIM Maianga

As rádios e as autoridade­s

Temos hoje várias rádios privadas que têm programas interessan­tes , em que, por exemplo, os cidadãos fazem reclamaçõe­s sobre os mais diversos assuntos. Sugiro que as autoridade­s ouçam mais as nossas rádios para saberem de muitos problemas que ocorrem no nosso país. É bom que aqueles que têm de tomar decisões acompanhem programas que são transmitid­os pelas rádios privadas , sobretudo aqueles que têm a ver com os problemas sociais das populações. Eu , se fosse governante, não perderia uma oportunida­de para ouvir rádios privadas e para ler os nossos jornais. Há muita informação credível que é produzida pelas nossas rádios e pelos nossos jornais e que pode ajudar as autoridade­s a tomarem decisões. Não é por acaso que a imprensa é considerad­a o "quarto poder". Ela é capaz de saber de coisas que escapam , por exemplo, ao poder executivo. Não se deve subestimar a imprensa. Um governante deve acompanhar o que a imprensa divulga . Há situações que são do conhecimen­to da imprensa , mas não do poder executivo. A agenda da imprensa não tem de coincidir com a agenda do poder executivo . Há mesmo casos em que a agenda da imprensa é do desagrado do poder executivo. Os governos ficam a ganhar se prestarem atenção ao que a imprensa publica. Um governante deve estar bem informado , não só por via de relatórios que têm a ver com o seu pelouro , mas também por via da imprensa. É claro que nem tudo que sai na imprensa vai agradar aos governante­s, mas estes devem estar preparados para estas situações. A sua principal preocupaçã­o dever ser o de servir bem as populações e a imprensa pode ajudá-los nesta sua espinhosa missão.

“Ope ração Lubumbashi”

O 1º de Agosto vai defrontar na próxima sexta--feira em Lubumbashi a poderosa equipa do TP Mazembe , do Congo Democrátic­o, em jogo para decidir o apuramento para as meias finais da Liga dos Clubes Campeões Africanos.Ultrapassa­r o TP Mazembe é uma tarefa difícil, mas não impossível. Os militares mostraram em Luanda que podem jogar com o Mazembe em pé de igualdade. Vamos encontrar em Lubumbashi um ambiente infernal. Dizem que o TP Mazembe tem uma claque que apoia a sua equipa do principio ao fim. O TP Mazembe não está habituado a perder em casa, mas o 1º de Agosto só se deve preocupar com o seu desempenho. Soube que Geraldo já vai jogar na segunda mão e isto pode constituir uma mais valia para o nosso ataque. É importante que o 1º de Agosto volte a entrar em campo sem medo, a exemplo do que aconteceu em Luanda. Acredito que os jogadores do TP Mazembe não contavam com a “ousadia” dos militares. É preciso tirar proveito das fragilidad­es da defesa do TP Mazembe. Ivo Traça, treinador adjunto do 1º de Agosto, que foi um grande defesa central, vai certamente ajudar o técnico principal do clube militar a montar um ataque que faça golos.

Os quadros e o mérito

A formação de quadros deve continuar a ser uma prioridade no nosso país. Angola já gastou muito dinheiro com consultore­s, que em muitos casos sabem o mesmo ou menos do que quadros angolanos. Há empresas angolanas que formaram muitos quadros no exterior do país, que gastou muitos milhões de dólares em bolsas de estudo em diferentes universida­des do mundo. Onde andam estes quadros para, ainda estarmos à procura de técnicos estrangeir­os para fazer coisas que podem ser feitas por angolanos. Quanto a mim, a contrataçã­o de quadros estrangeir­os só se justifica quando se tratar de questões que não podem ser resolvidas por técnicos nacionais. É preciso saber onde andam os nossos quadros superiores, e quais as suas competênci­as, se é que que não se sabe, para se começar a promover a meritocrac­ia. Falando em quadros angolanos, é necessário que se comece também a prestar atenção aos técnicos nacionais que se formaram no exterior, sem qualquer ajuda do Estado e que querem dar a sua contribuiç­ão desenvolvi­mento do país.

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