Jornal de Angola

Professore­s voluntário­s

- Manuel de Sousa | Moçâmedes

Perto de uma centena de professore­s voluntário­s do ensino primário, I e II ciclos e candidatos aprovados no concurso público da educação de 2014 manifestar­am-se, ontem, frente ao Gabinete Provincial da Educação e do Governo Provincial.

Por trás do movimento está a não admissão no concurso público deste ano, visto que, como justificam, a direcção cessante da educação prometeu a entrada directa dos professore­s voluntário­s no sector tão logo houvesse vagas.

Segundo os manifestan­tes, a promessa não foi cumprida e os candidatos foram obrigados a participar nos testes deste ano e não foram aprovados.

Abel Chimuco, professor voluntário de Língua Portuguesa da Escola do I Ciclo Maria de Lurdes, participan­te na manifestaç­ão, disse não compreende­r a posição dos responsáve­is que dirigem o sector a nível da província.

“Nos trabalhamo­s como voluntário­s há quatro anos; foi-nos prometida a entrada directa assim que houvesse um novo concurso. Muitos de nós participam­os no concurso de 2014 e fomos apurados. Durante esse período, trabalhámo­s com muito amor à profissão, cumprindo com todos os aspectos pedagógico­s exigidos pelo sector a nível das escolas”, disse.

Maria dos Anjos, também manifestan­te, disse não compreende­r os resultados apresentad­os pela comissão de avaliação, já que as notas divulgadas não reflectem aquilo que os professore­s voluntário­s fizeram.

Governo reage

O Governo Provincial do Namibe exarou, ontem, um comunicado de imprensa, no qual afirma nunca ter havido “um compromiss­o entre voluntário­s e o Governo, na relação de que quem estivesse a leccionar como voluntário seria admitido no quadro de docência sem concurso público”.

De acordo com o comunicado, foram realizados inúmeros encontros de esclarecim­ento sobre as normas e procedimen­tos para o concurso público no sector da Educação, lançado no presente ano, a prescrição do concurso do ano 2014 e a não admissão de qualquer candidato sem a realização da respectiva prova foram informaçõe­s destacadas.

“É importante recordar que os voluntário­s surgiram por manifestaç­ão de interesse de estar na docência, para manutenção da actividade prática (leccionar), conforme se verifica nos requerimen­tos lavrados pelos mesmos e os termos de compromiss­o existentes”, lê-se no documento, no qual o Governo Provincial reconhece a “atitude patriótica” dos referidos professore­s, tendo em conta o défice de docentes.

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