A proeza de Kipchoge
Actual campeão olímpico da disciplina, o queniano Eliud Kipchoge quebrou o recorde mundial ao completar a Maratona de Berlim com o tempo de 2h01min39s, no domingo (16).
O tempo é 78 segundos inferior à antiga marca, que pertencia a Dennis Kimetto: 2h02min57s percorridos na edição de 2014 da corrida na capital alemã.
Esta é a maior melhora de um recorde na maratona masculina desde 1967, quando o australiano Derek Clayton baixou em mais de dois minutos a marca anterior.
“Eu não tenho palavras para descrever como me sinto. Foi muito difícil (durante os últimos 17 quilómetros), mas eu estava realmente preparado para comandar a minha própria corrida. Eu tive que focar no trabalho que fiz no Quénia, e foi isso que me ajudou a seguir em frente”, disse o vencedor.
No domingo, Amos Kipruto (2h06min23s) e Wilson Kipsang (2h06min48s), também do Quénia, fecharam as três primeiras posições respectivamente. Kipchoge correu praticamente sozinho desde o quilómetro 20, depois de se descolar do primeiro pelotão. Para o atleta queniano, ganhar em Berlim e estabelecer um novo recorde mundial era um dos desafios pessoais, depois de disputar 11 maratonas e ganhar 10.
A única vez em que não venceu - ficou em segundo - foi justamente na capital alemã, em 2013, quando perdeu para o hoje terceiro colocado Kipsang. Na ocasião, o compatriota também estabeleceu um recorde mundial (2h03min23).
Depois dessa derrota, Eliud Kipchoge buscou duas vezes superar o recorde em Berlim, onde o percurso da corrida apresenta excelentes condições para a quebra das melhores marcas (foi a 11ª vez que o melhor tempo da história foi conseguido na capital da Alemanha, sendo a oitava entre os homens), mas em ambas as ocasiões teve que lidar com circunstâncias adversas.
Em 2015, as palmilhas de seu ténis soltaram-se quase no início da prova, atrapalhando a sua performance, mas mesmo assim ganhou. No ano passado, ele voltou a tentar, mas a chuva prejudicou-o, e venceu com o tempo de 2h03min32.