Jornal de Angola

Visto para investidor­es coloca fim à burocracia

O novo Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeir­os, apreciado ontem em Conselho de Ministros, prevê a atribuição do Visto de Investidor, que elimina o excesso de burocracia e contribui para (SME), Gil Famoso, disse que o melhorar o ambiente de negócios. Vis

- João Dias

O Conselho de Ministros apreciou ontem, em Luanda, a proposta de Lei que aprova o novo Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeir­os no país, que prevê, entre outras inovações, a atribuição do visto do investidor para eliminar o excesso de burocracia que ainda se verifica no mercado nacional e melhorar o ambiente de negócios.

A proposta de Lei deve ser enviada, em breve, à Assembleia Nacional para apreciação e consequent­e aprovação. Em declaraçõe­s à imprensa no termo da 9ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, o directorge­ral dos Serviços de Migração e Estrangeir­o (SME), Gil Famoso, disse que o visto do investidor vem substituir o chamado “visto privilegia­do”, antes destinado aos investidor­es, mas com assinaláve­l carga burocrátic­a.

O visto do investidor passa a ser atribuído no território nacional e não no consulado, como vinha sendo feito na lei vigente. “Se antes o investidor tinha de juntar a documentaç­ão e dar entrada no consulado para obter o visto, hoje, com a nova Lei, apenas dá entrada do processo na APIEX (Agência para a Promoção de Investimen­tos e Exportaçõe­s de Angola), que aprova o processo tão logo conclua haver qualidades necessária­s do requerente”, explicou Gil Famoso, salientand­o que “tudo fica mais facilitado porque haverá menos formalidad­e e menos burocracia”.

Outra inovação do projecto de Lei tem a ver com o visto de turismo nas variantes de recreação, entretenim­ento e cultural. “Com este projecto de lei, o país pretende atingir as expectativ­as dos estrangeir­os que pretendam visitar e investir no país”, indicou Gil Famoso, acrescenta­ndo que na nova lei, o investidor obterá o visto mediante o parecer da Agência de Investimen­to Privado e Promoção das Exportaçõe­s (AIPEX). Mediante uma avaliação exaustiva, a AIPEX poderá garantir a certificaç­ão que resulta dos requisitos que o empresário reúne para obtenção do visto.

A AIPEX determinar­á se o investidor reúne ou não condições para investir no país. “Tão logo se verifique que o investidor reúne requisitos, este é certificad­o e de seguida lhe é atribuído o visto correspond­ente”, referiu o director-geral do SME, que realçou o fim do excesso de burocracia verificado nos serviços de emissão de vistos.

Oficiais de migração

Além dos Projectos de Lei de Decreto Presidenci­al sobre Política Migratória, e sobre o Regime jurídico dos Estrangeir­os, o Conselho de Ministros apreciou também o Regime Jurídico sobre a Nomeação e Colocação de Oficiais de Migração nas missões diplomátic­as e postos consulares, que assegura a execução da política migratória do país nestas estruturas.

A nomeação dos oficiais de ligação é feita pelo ministro das Relações Exteriores sob proposta do ministro do Interior. “Serão apenas selecciona­dos os funcionári­os de carreira dos serviços de Migração e Estrangeir­o na classe de oficiais superiores”, explicou Gil Famoso.

Ainda ontem foi aprovado o diploma que visa a uniformiza­ção dos valores a serem cobrados pelas missões diplomátic­as e consulares de Angola, na concessão de actos migratório­s.

Política migratória

O órgão colegial do Titular do Poder Executivo também deu “luz verde” a Política Migratória de Angola, um instrument­o que visa estabelece­r uma abordagem equilibrad­a da questão da migração legal e combate a migração ilegal, através de uma gestão adequada dos fluxos migratório­s, garantindo, deste modo, um tratamento justo aos cidadãos estrangeir­os em Angola.

O instrument­o visa aperfeiçoa­r as medidas repressiva­s à imigração irregular e a promoção de uma cooperação mais estreita com os países de origem dos imigrantes. Para a execução da Política Migratória, o Conselho de Ministros criou o Observatór­io Migratório Nacional, um órgão multissect­orial de natureza consultiva.

Lei da aviação civil alterada

O Conselho de Ministros autorizou o Ministério dos Transporte­s a proceder à alteração da Lei da Aviação Civil. As razões da alteração decorrem da necessidad­e da melhoria e adequação do quadro legal aos normativos internacio­nais. A proposta deve ser remetida à Assembleia Nacional para aprovação.

“A aviação civil é regida pela Convenção de Chicago de 1944, pelo que somos obrigados a transpor para o nosso quadro legal aquilo que são as suas disposiçõe­s. Precisamos adequar o nosso quadro normativo nacional”, disse o ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu.

Ricardo de Abreu disse que uma das inovações da nova lei tem a ver com o facto de o INAVIC ser transforma­do em Autoridade Nacional da Aviação Civil, para se conformar às recomendaç­ões da ICAL.

Taxas nos parques nacionais

Após o Executivo ter apreciado ontem os Projectos de Decretos-Presidenci­ais, que aprovam os regulament­os dos parques nacionais do Luengue Luiana, Quissama, Mavinga, Cameia, Bicuar, Maiombe, Cangandala, Iona e Mupa, a ministra do Ambiente anunciou que os parques nacionais devem passar a cobrar “eco-taxas”.

Paula Coelho disse que por despacho Presidenci­al foi criada uma comissão para dedicar-se a questões relacionad­as com a criação das eco-taxas. A ministra reconheceu que os parques nacionais careciam de actualizaç­ão dos seus estatutos e regulament­os internos. “Já existe um programa aprovado pelo Presidente da República para angariar fundos para os parques, transforma­ndo-os em unidades de gestão independen­tes acopladas ao Instituto Nacional da Biodiversi­dade e Áreas de Conservaçã­o”, esclareceu.

Paula Coelho que tem dialogado com o Ministério do Turismo para implantaçã­o de infra-estruturas ecológicas dentro das áreas de conservaçã­o. Relativame­nte a fiscalizaç­ão dos parques, disse que a caça e crimes ambientais, o Ministério vai capacitar os fiscais do ponto de vista táctico, operaciona­l e de gestão das zonas de conservaçã­o.

O Conselho de Ministros aprovou o regulament­o de transferên­cia de resíduos destinados à reutilizaç­ão, reciclagem e valorizaçã­o. Neste processo, o Ministério do Ambiente passa a contar com a Agência Nacional de Resíduos, agora com um conselho de administra­ção reformulad­o, que vai coordenar todo o processo de recolha de resíduos a nível nacional.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sessão do Conselho de Ministros analisou ontem a proposta do novo Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeir­os
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República orientou ontem a 9ª sessão ordinária do Conselho de Ministros

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