Líder norte-coreano quer outra cimeira com Trump
Os dois dirigentes concluíram ontem em Pyongyang o terceiro encontro com discursos de paz para a península
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, espera voltar a reunir-se em breve com o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem o Presidente da Coreia do Sul, ao regressar da visita de três dias à Coreia do Norte.
“O Presidente Kim Jongun manifestou a expectativa de uma segunda cimeira com o Presidente Trump numa data próxima”, disse Moon Jae-in à imprensa em Seul.
O dirigente sul-coreano disse também que vai transmitir uma mensagem privada de Kim Jong-un a Donald Trump quando se reunir com o Presidente dos Estados Unidos da América na próxima semana.
Moon Jae-in disse ainda que vai discutir com Donald Trump o objectivo partilhado por ele e por Kim Jung-un de declarar o fim da Guerra da Coreia até ao final do ano.
Num discurso ainda na Coreia do Norte, Moon Jaein propôs à Coreia do Norte que ambos os países acabem com sete décadas de hostilidade e construam um futuro de paz e prosperidade.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jaein, assinaram na quartafeira uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.
Durante a cimeira, que durou três dias e terminou ontem, os ministros da Defesa das duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respectivos exércitos.
De acordo com o documento, os dois países vão suspender a partir do dia 1 de Novembro as respectivas manobras junto à fronteira terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano.
As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição aérea junto da linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima em que vão ser proibidas manobras navais.
O mesmo documento refere que o acordo assinado prevê o alívio da tensão militar entre os dois países.
A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto, o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano.
O Presidente Moon Jaein, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e as respectivas mulheres, marcaram presença num espectáculo coreográfico que este ano recebeu o título de “O País Glorioso”, num estádio em Pyongyang, na noite de quarta-feira, onde milhares de artistas actuaram perante cerca de 150 mil espectadores.
“Nós vivemos juntos por cinco mil anos e vivemos em separação por 70 anos. Proponho agora que eliminemos completamente a hostilidade dos últimos 70 anos e dêmos um grande passo em direcção à paz”, propôs Moon Jae-in.
Os historiadores dizem que o cronograma de cinco mil anos da História coreana é uma reivindicação infundada que se tornou parte da narrativa oficial da Coreia do Sul depois de ser inserida nos livros escolares durante o Governo do antigo ditador Chun Doo-hwan.
O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, propôs durante a cimeira em Pyongyang à Coreia do Norte que ambos os países acabem com sete décadas de hostilidades e construam um futuro de paz e prosperidade na península