Actividades políticas e culturais marcam 106º aniversário do Huambo
Apresentação da nova governadora e o tradicional corte do bolo gigante do aniversário, a ter lugar hoje, constituem os pontos de maior incidência das festas
O Huambo comemora hoje 106 anos desde que ascendeu à categoria de cidade, em 1912. A urbe que até antes da independência nacional se chamou Nova Lisboa, foi fundada pelo antigo governador-geral de Angola, o general português José Ribeiro de Matos.
Para comemorar a efeméride, várias manifestações políticas, desportivas e culturais estão programadas, sendo o ponto mais alto das actividades a apresentação da nova governadora, Joana Lina.
O corte do tradicional bolo gigante, na praça Dr. António Agostinho,vai marcar a abertura das festividades.
O facto de Joana Lina ser a primeira mulher a governar a província, cria alguma expectativa entre a população local e não só, em termos de resultados da sua gestão.
Entretanto, o dia-a-dia da cidade do Huambo tem sido marcado por alguns avanços e recuos das actividades socio-económicas. Embora nos dias de hoje não se faça valer tanto o slogan “Huambo Cidade Vida”, por razões conjunturais, a urbe conserva os seus valores históricos.
A velha Estufa Fria da zona do Bispado, o largo Doutor António Agostinho Neto, onde se localiza o palácio do governador e grande parte das instituições do Estado, bem como a zona escolar do Académico, do célebre bairro dos Ministros, o Kapango, e ainda o perímetro florestal do Kalumbula são exemplos seguros da manutenção cultural e histórica da cidade.
Porém, os 106 anos do município do Huambo são também marcados claramente pelo aparecimento de novos bairros, muito dos quais sem água potável e energia eléctrica.
A energia eléctrica não só para a cidade do Huambo mas também para toda a província deve começar a ficar solucionada entre Novembro e Dezembro, com a entrada em funcionamento da rede de distribuição de energia proveniente da barragem de Laúca.
Alcançada a paz, apesar dos vários constrangimentos, os programas de recuperação e ampliação de infra-estruturas sociais, melhoria do saneamento básico, requalificação e ordenamento territorial seguem o curso normal, com vista a proporcionar conforto, tranquilidade e segurança aos habitantes da cidade.
Ao comemorar o 106º aniversário, os munícipes reconhecem as transformações que a urbe sofreu desde a sua fundação à data actual. Reza a história que a elevação do antigo Reino do Wambo à categoria de cidade foi feita no recinto da actual biblioteca Constantino Kamõli, situada na Cidade Alta, onde, na época, havia um escritório improvisado que servia de sede dos colonialistas portugueses.
O historiador Festo Sapalo explicou ao Jornal de Angola que o acto político e cultural da fundação da cidade foi realizado no largo onde hoje está situado o célebre prédio do Pica-Pau, tendo-se traçado , na altura, metas que levaram ao crescimento da cidade em termos demográfico e urbanístico. Na mesma ocasião, foram inauguradas as oficinas dos Caminhos-deFerro de Benguela na cidade do Huambo.
“O desenvolvimento da cidade do Huambo surge em 1902, com o fim das invasões militares na região do Forte da Quissala, onde se localizava a única unidade militar portuguesa na época, já que os demais cidadãos encontravam-se no Huambo exercendo actividades comerciais, concretamente na zona da actual rua do Comércio”, esclareceu o historiador.
Foi em 1928 que o engenheiro Vicente Ferreira, então governador da província de Angola, atribui à cidade o nome de Nova Lisboa, com o propósito de que esta, futuramente, passasse a ser a capital de Angola e de todas as províncias ultramarinas do Estado português, tendo em conta a arquitectura e o clima da região que se assemelhava à capital da metrópole, Lisboa.
O historiador Festo Sapalo conclui que o berço da cidade do Huambo é o Forte da Quissala, que recebia comerciantes portugueses vindos de Benguela e eram encaminhados para a zona comercial da rua do Comércio.
A urbe tem dois momentos importantes, que a história não pode deixar de registar, concretamente, o da sua fundação, em 21 de Setembro, e o da sua inauguração, em 1912, já como cidade.
Reza a história que a elevação do antigo Reino do Wambo à categoria de cidade foi feita no recinto da actual biblioteca Constantino Kamõli, situada na Cidade Alta, onde na época, havia um escritório