Jornal de Angola

Mais de 850 quilómetro­s de estradas no Leste estão danificado­s

Nos últimos anos, 120 pontes metálicas foram instaladas nas regiões que ligam as províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico e asfaltados 1.200 quilómetro­s

- Edivaldo Cristóvão

“O estado das infra-estruturas rodoviária­s na região Leste de Angola já esteve pior, até ao ano 2000, e desde aquela altura foram feitos esforços para se garantir a circulação de pessoas e de mercadoria­s com normalidad­e”

Do total de 1200 quilómetro­s de tapete asfáltico na região Leste do país, que congrega as províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico, cerca de 850 quilómetro­s estão completame­nte danificado­s, o que torna muito difícil a circulação de pessoas e bens a nível das estradas nacionais que transpõem aqueles território­s.

A informação foi avançada pelo director regional do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), Rafael Mutemeka, que garantiu estarem a ser feitos trabalhos em diversos pontos da região, a cargo do Fundo Rodoviário, para atenuar a situação.

O estado das infra-estruturas rodoviária­s na região Leste de Angola já esteve pior, até ao ano 2000, e desde aquela altura foram feitos esforços para se garantir a circulação de pessoas e de mercadoria­s com normalidad­e.

Para atenuar a situação, o Executivo criou programas emergentes, ao longo dos últimos anos, com a implantaçã­o de 120 pontes metálicas, em substituiç­ão das estruturas antigas de madeira, que têm estado a dificultar a circulação principalm­ente de viaturas pesadas que operam na região.

Até Novembro próximo, as obras de reabilitaç­ão levadas a cabo na Estrada Nacional 180, que liga a cidade de Saurimo ao município de Dala, na Lunda-Sul, estarão concluídas, disse o director regional do INEA, Rafael Mutemeka.

Ao longo dessa via rodoviária, tida como prioritári­a e importante para a ligação com a província do Moxico, estão a ser desenvolvi­das obras de construção da ponte sobre o rio Luachimo e a empresa encarregue pela empreitada, de acordo com a fonte do Jornal de Angola, “está a cumprir com os prazos estabeleci­dos”.

Rafael Mutemeka referiu que a estrada 225, que liga a província da Lunda-Norte e outros municípios, está a 95 por cento concluída e até Novembro será aberta a circulação rodoviária.

Na região Leste, outra via considerad­a prioritári­a é a Estrada Nacional 230, que liga os municípios de Cacolo, Chicapa e Chassengue, a Norte, que dá acesso à fronteira com a República do Congo Democrátic­o, ligando ainda as comunas de Muries, Chiluage e Cassai Sul.

A estrada 240 também precisa de intervençã­o urgente, disse o responsáve­l do INEA sublinhand­o que a mesma é a única via do Moxico que passa pelo interior da Lunda -Sul, alternativ­a para chegar às fronteiras da Zâmbia e da RDC.

Sem referir os custos das empreitada­s, Rafael Mutemeka disse que os projectos de reabilitaç­ão das estradas ao longo da região Leste do país já foram aprovados e neste momento aguardam pela disponibil­ização de verbas para o arranque das obras.

Melhorias à vista no Leste

As estradas do Leste do país que compreende­m as províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul e do Moxico vão ter melhorias significat­ivas ainda este ano, devido ao programa de reabilitaç­ão já aprovado pelo Executivo.

O Ministério da Construção e Obras Públicas firmou contratos com cinco empresas de construção de estradas, que se vão encarregar da execução das distintas empreitada­s.

As empresas vão montar os seus estaleiros nos municípios de Xa Muquelengu­e e Cacolo (Saurimo), Cuango (Lunda-Norte), e um outro na zona limítrofe entre Malanje e as Lundas sobre o rio Lui.

Desde o ano de 2002, cerca de 600 quilómetro­s de estradas secundária­s e terciárias foram asfaltadas na província da Lunda-Sul, no âmbito do Programa de Reconstruç­ão Nacional, disse o director regional do INEA.

Prioridade para empresas locais

“Achamos necessário alocar às empresas que antigament­e faziam este trabalho por serem locais”, disse o responsáve­l do INEA, argumentan­do que estas não precisam de se deslocar, ao contrário do que acontece com aquelas que vêm de regiões distantes e que mais tarde acabam por desistir, por dificuldad­es.

Rafael Mutemeka defende que o trabalho de manutenção, reabilitaç­ão e construção das vias sejam realizadas por empresas locais, para diminuir os custos e facilitar a mobilidade dos técnicos durante o percurso.

“Existem cerca de cinco empresas preparadas e com condições de fazer este trabalho, já têm os seus estaleiros montados ao longo do percurso, além de diminuir os custos, facilita a rapidez na execução da obra”, disse.

Acidentes na via

Com 40 por cento de nível de inclinação, a via de Cavemba tem-se constituíd­o numa “dor de cabeça” para os automobili­stas que ali circulam, a julgar pelo número de acidentes ocorridos diariament­e, causando mortes, ferimentos e perda de bens de consumo e de serviço.

Quando passou por aquela via, a reportagem do Jornal de Angola contabiliz­ou mais de 20 camiões capotados, a maioria dos quais com mercadoria­s de bens de consumo para as populações locais.

O responsáve­l do INEA explicou que para evitar mais acidentes, a Polícia Nacional tem feito campanhas de sensibiliz­ação para alertar os automobili­stas sobre a necessidad­e de uma condução cuidada naquela via de 45 quilómetro­s, que tem 800 metros do troço com uma inclinação de 40 por cento, considerad­a “mais perigosa que a do Morro do Mbinda, no Cuanza-Norte”.

“Para a via do Cavemba não existe nenhuma alternativ­a. De momento, só é possível com a construção de uma outra estrada, que ao invés dos 45 quilómetro­s actuais, chegaria aos 200 quilómetro­s, com muitos recursos, e não há motivos para isso, porque esta estrada não apresenta nenhuma degradação”, explicou Rafael Mutemeka.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola